Arcebispo sul-coreano acredita que a Igreja está crescendo secretamente na Coreia do Norte

Nascido em 1924, um dos clérigos mais antigos da Coreia do Sul diz acreditar que a Igreja Católica na Coreia do Norte comunista está crescendo, embora os católicos vivam escondidos e sofram perseguição. 

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Ordenado sacerdote com apenas 25 anos, e bispo com 39, Dom Victorinus Youn Kong-hi, 97, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Gwangju, Coreia do Sul, fez as observações em um livro publicado recentemente sobre a história da Igreja norte-coreana. 

“A história da Igreja Norte-Coreana” é um livro abrangente sobre a Igreja Católica no país, baseado em oito entrevistas com o Arcebispo no ano passado. 

No livro, o Clérigo deu testemunhos vívidos do florescimento da Igreja antes da divisão do país. Destacou o crescimento do trabalho social com os mais pobres, como assistência médica, escolas, além de outras obras caritativas. 

GUERRA 

O Arcebispo Emérito lembrou como o clero católico, religiosos e leigos foram dominados pelo medo quando as forças comunistas atacaram as igrejas após a eclosão da guerra em 1949. 

À meia-noite de 9 de maio de 1949, um sino de emergência tocou no mosteiro e seminário beneditino de Tokwon, perto de Wonsan. O Abade, nascido na Alemanha, Dom Boniface Sauer, foi arrastado pelos comunistas, recordou o Arcebispo Emérito, que na época era aluno do seminário. 

Essas foram as últimas palavras do Abade aos alunos antes de ser levado: “Como o Senhor chamou, e como o Senhor fez, devemos sair para a morte com incontáveis mártires. Agora, estou pedindo que vocês tomem conta deste lugar sem mim. Voltem e descansem em paz. Vamos nos encontrar no céu”. O Abade foi posteriormente martirizado em uma prisão norte-coreana. 

Quatro dias após o ataque, os comunistas expulsaram 26 monges do mosteiro e 73 seminaristas. Eles partiram sem nenhum objeto sagrado, incluindo mantos, rosários e nem mesmo um livro. O mosteiro e o seminário fecharam devido à guerra e perseguição aos cristãos. Relatos não confirmados sugerem que as estruturas ainda existem até hoje. 

O Arcebispo nonagenário disse que a publicação do livro tornou seu sonho realidade. Ele afimou que não pode fazer nada pela Igreja norte-coreana além de orar pela paz. Acredita, porém, que a “Igreja está crescendo escondida, assim como as árvores do seminá-rio de Tokwon”. 

Fonte: Catholic News Agency (CNA) 

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