Argentina: Médico condenado por não realizar um aborto retorna à ativa

Reprodução/Facebook Leandro Rodriguez Lastra

Após dois anos e quatro meses sem a possibilidade de exercer sua profissão, o médico ginecologista argentino Leandro Rodríguez finalmente poderá retomar a prática médica. Isso, porém, não se deve a uma vitória legal, mas ao cumprimento da pena injusta que lhe foi imposta após se recusar a realizar um aborto.

Segundo suas próprias palavras, “em 2017, ocorreu um episódio no hospital público em que trabalhava, na cidade de Cipolletti, na Patagônia argentina. Na ocasião, atendi uma paciente em estado crítico devido a uma gravidez avançada, e tomei a decisão de evitar um processo de parto prematuro a fim de melhorar o estado de saúde da mãe”.

A paciente havia ingerido um medicamento para tentar um aborto clandestino, porém o médico se recusou a fazê-lo devido aos riscos envolvidos, tanto para a mãe, com mais de 5 meses de gravidez, quanto para o bebê. Após estabilizar a condição da mãe, a equipe médica decidiu que ela passaria por uma cesariana ao atingir 7 meses e meio de gestação. O bebê recém-nascido foi então encaminhado para adoção.

“Essa ação foi interpretada pela Justiça como um impedimento da vontade da paciente de interromper a gravidez e, dessa forma, em 2019, fui condenado, e essa pena acaba de ser cumprida”, explicou o médico.

Doutor Leandro disse que todo esse período de espera o levou a adotar um compromisso ainda maior com o “cuidado da vida e a proteção do nascituro e da mulher”.

O médico argentino não deixou de apontar a hipocrisia de alguns abortistas que dizem defender as mulheres: “Por ter engravidado em decorrência de um estupro, a história dessa mulher foi amplamente divulgada pela mídia local, retratando-a como a principal vítima nessa situação. No entanto, uma vez concluído o julgamento e proferida a sentença, ela foi esquecida e ninguém mais se importou com seu bem-estar. Lamentavelmente, ela teve que buscar ajuda por conta própria para sobreviver”, relatou.

Essa situação deixa claro que “o que tentaram fazer foi simplesmente destruir a vida de uma criança, que agora está prestes a completar 7 anos, e que está feliz em uma família adotiva que a acolheu e lhe proporciona o futuro digno que todos merecemos”, concluiu.

Fonte: Gaudium Press

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