Austrália: país proíbe mídias sociais para menores de 16 anos

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A Austrália se tornou a primeira nação a proibir o acesso às mídias sociais para menores de 16 anos, uma medida que gerou debate sobre suas implicações para a vigilância on-line e as liberdades digitais.

A legislação inovadora, aprovada pelo Senado australiano em 28 de novembro com uma votação de 34 a 19, visa oficialmente a proteger a saúde mental dos jovens do país. No entanto, os críticos temem que as novas regras possam abrir caminho para o monitoramento invasivo que lembra regimes autoritários.

A penalidade pode chegar o equivalente a 200 milhões de reais às empresas de mídia social que não verificarem as idades de seus usu­ários. No entanto, o projeto de lei continua vago sobre os métodos que as plataformas devem usar para im­por a conformidade, deixando espa­ço para o potencial uso indevido de dados confidenciais.

Embora a legislação proíba as plataformas de coletar informa­ções pessoais, como documentos de identidade emitidos pelo governo para verificação de idade, ela não impede o uso de sistemas biométri­cos. Isso pode incluir escaneamen­tos de reconhecimento facial para confirmar a identidade do usuário — uma perspectiva que atraiu críti­cas generalizadas.

O projeto de lei determina que quaisquer dados coletados para fins de verificação devem ser des­truídos imediatamente após o uso. No entanto, os mecanismos de execução permanecem obscuros, com requisitos potenciais para monitoramento contínuo do usu­ário, como escaneamentos faciais periódicos, para evitar que usuá­rios com restrição de idade con­tornem os controles.

A formulação imprecisa da legis­lação também deixa seu alcance am­bíguo. Plataformas de mídia social como TikTok, Instagram, Facebook e Snapchat são explicitamente visa­das, mas o YouTube, considerado mais educacional, provavelmente será isento. Essa distinção levan­ta questões sobre a consistência na aplicação da lei. Michelle Rowland, ministra das Comunicações, enfa­tizou a necessidade de tais medidas para proteger as crianças de conteú­do on-line prejudicial, mas reconhe­ceu que a aprovação apressada do projeto de lei deixou detalhes sem solução.

Fonte: Zenit News

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