Bispos africanos alertam sobre a crescente ameaça do Estado Islâmico

Mocambique ACN
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Em um contexto de crescentes ameaças terroristas nas nações vizinhas, os bispos católicos da África Austral deram o alarme de que os governos não parecem suficientemente preocupados com as operações militares e financeiras relacionadas com o Estado Islâmico na região.

A apreensão foi expressa durante a assembleia plenária de agosto da Conferência dos Bispos Católicos da África Austral, que reúne prelados de Botsuana, África do Sul e Essuatíni (anteriormente conhecida como Suazilândia).

“Preocupantes são as notícias recentes sobre a presença e operações financeiras de indivíduos ligados ao Estado Islâmico na África do Sul. Não ouvi muita reação do governo sobre isso; talvez o considere insignificante”, disse Dom Sithembele Sipuka, Bispo de Mthatha, na África do Sul, Presidente da conferência, durante o seu discurso de abertura na reunião ocorrida entre os dias 5 e 9.

Dom Sithembele expressou receio de que os conflitos alimentados pelo Estado Islâmico em países vizinhos, como Moçambique e Nigéria, também pudessem chegar à África do Sul.

“A associação do Estado Islâmico com a desestabilização de países como Moçambique e Nigéria suscita preocupação porque traz muito sofrimento às pessoas comuns, como evidenciado em Cabo Delgado, em Moçambique”, disse o Prelado.

O alerta dos bispos é apoiado por outros organismos internacionais que rastreiam a atividade terrorista, com vários relatórios sugerindo que o Estado Islâmico utiliza a África do Sul como um centro para transferir fundos de uma nação para outra, incluindo Zâmbia, República Democrática do Congo, Uganda e Somália.

Dom Sithembele acredita que seria uma perspectiva assustadora se esse tipo de violência ocorresse na África do Sul, embora os sinais pareçam sugerir que isso poderá ser inevitável.

“Foi descoberto um local no Limpopo [província no norte do país] supostamente usado para treinamento de segurança, mas que traz sinais de um acampamento militar”, disse ele, acrescentando que a presença do Estado Islâmico pode piorar uma situação de segurança já precária em um país assolado por assaltos à mão armada, sequestros e violência.

Fonte: Crux Now

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