Camarões: Estado e Igreja compartilham o combate contra o discurso de ódio

No contexto da crise anglófona na região Sudoeste do território de Camarões, que luta pela independência do restante do país, que é francófono, as autoridades camaronesas pretendem fortalecer sua luta contra os propagadores de discurso de ódio.

“Qualquer pessoa considerada culpada de algum discurso de ódio, que hoje inclui a discriminação étnica e social, a estigmatização, a violência e o tribalismo, que se expressa tanto por meio dos canais de mídia convencional (imprensa, rádio, televisão) quanto na mídia on-line, especialmente nas mídias sociais, assim como qualquer mídia que use sua plataforma para promover a xenofobia, será severamente punida de acordo com as leis da República”, declarou Paul Atangaji, ministro da Administração Territorial há alguns dias.

Na luta contra esse tipo de discurso, as autoridades camaronesas podem contar com o apoio da Igreja Católica. “Se você ler a Bíblia, São Tiago lhe dirá que você pode controlar a maior máquina, pode controlar o maior navio, pode controlar até a arma mais sofisticada, mas há uma coisa que é muito pequena, mas muito difícil de controlar: a língua”, enfatiza o Padre Humphrey Tatah Mbuy, Secretário de Comunicações da Conferência Episcopal de Camarões. “A língua pode causar uma infinidade de problemas, assim como já causou várias guerras.”

O Sacerdote propôs a seguinte solução para combater o discurso de ódio. “A regra de ouro é: não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a você; então, não diga nada a alguém quando você não quer que a mesma coisa seja dita a você”, concluiu. 

Fonte: La Croix International

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