Cardeal Parolin em visita à Ucrânia: ‘É preciso trabalhar mais pela paz negociada’

Vatican Media

Ainda estamos longe de um sinal de cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia e é preciso intensificar as tentativas de negociação. É o que afirmou o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, que visitou a Ucrânia entre os dias 19 e 24. Ele levou o “abraço paterno” do Papa Francisco àquela que costuma definir como “martirizada Ucrânia”.

“A tarefa da Santa Sé é tentar acender algumas pequenas luzes” no meio do escuro, declarou à imprensa italiana, no retorno a Roma. Durante a viagem, o Cardeal encontrou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky; o primeiro-ministro, Denys Shmyhal; e o presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk.

A Santa Sé mantém sua representação diplomática aberta em Kiev, atualmente liderada pelo Núncio Apostólico Dom Visvaldas Kulbokas. É a única embaixada que nunca fechou nos últimos dois anos, desde que começou o conflito armado.

Em entrevista ao jornal italiano Avvenire, que pertence à Conferência Episcopal Italiana, o Cardeal Parolin afirmou que, embora haja “tentativas” de se promover a paz negociada entre Rússia e Ucrânia, os esforços não têm sido suficientes para superar resistências e obstáculos. “Falta o envolvimento da Rússia”, resumiu.

“Nas mesas de negociação, a Rússia não pode deixar de estar presente. No entanto, além da plataforma em si, o fato de o presidente Zelensky reconhecer que a participação da Rússia é necessária é um passo à frente”, disse.

Nesse contexto, a Santa Sé tem buscado mediar soluções para que crianças ucranianas levadas para território russo possam ser repatriadas – trabalho iniciado pelo Cardeal Matteo Zuppi, enviado especial do Santo Padre – e feito propostas de colaboração na troca de prisioneiros de guerra. “São sinais de esperança”, afirmou o Cardeal.

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