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Cisjordânia: Sob cerco judaico, região vive a mais intensa pressão dos últimos anos

Wikimedia Commons

Nos últimos meses, a Cisjordânia tem enfrentado uma das campanhas de pressão mais intensas dos últimos anos. Desde o ano passado, 89 postos avançados de colonos judeus foram criados, segundo dados da ONG israelense Peace Now. Somente em 2025, 30 foram construídos até agora, em comparação com sete em 2023, representando um aumento recorde de assentamentos ilegais. 

Enquanto isso, 39 comunidades agrícolas e pastoris palestinas foram desmanteladas à força desde outubro de 2023, início da guerra em Gaza, segundo dados da B’Tselem, instituição israelense pelos direitos humanos nos territórios ocupados. Dezenas de outras permanecem à beira da expulsão em meio a ataques cada vez mais frequentes em áreas rurais. 

O avanço dos colonos é acompanhado pela construção de estradas pavimentadas, a instalação de oleodutos e o estabelecimento de fazendas de gado subsidiadas pelo governo israelense. Enquanto isso, as comunidades palestinas afetadas não têm acesso a serviços básicos como água ou eletricidade. Em Khirbet Makhul, por exemplo, um oleoduto abastece uma base militar israelense, mas não os moradores palestinos próximos, que sobrevivem em moradias precárias feitas de chapas de metal e sacos. 

Os mecanismos de pressão incluem o fechamento de estradas, a declaração de campos de tiro militares, o bloqueio de áreas de pastagem e a emissão de ordens de demolição. 

A ONG Peace Now alerta que novos assentamentos estão rapidamente se tornando unidades familiares consolidadas, com serviços completos e segurança militar, o que contrasta com a extrema vulnerabilidade das aldeias palestinas vizinhas. 

A situação no Vale do Jordão ilustra a estratégia de segregação territorial. Segundo os Combatentes pela Paz, trata-se de uma “perseguição sistemática orquestrada pelo governo israelense” para forçar o deslocamento da população palestina para centros urbanos e consolidar o controle sobre áreas rurais estratégicas.

Fontes: InfoCatólica e O Globo 

 

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