Congregação para a Evangelização dos Povos comemora quatro séculos de apoio à missão

Fundado em 1622 pelo Papa Gregório XV, esse organismo da Cúria Romana tem o objetivo de estimular a disseminação da fé em todo o mundo

Diocese de Pemba

Em 2022, completam-se os 400 anos de criação da Congregação para a Evangelização dos Povos, mais conhecida por seu nome anterior, Sagrada Congregação para a Propagação da Fé (Propaganda Fide), denominação alterada em 1967 por determinação de São Paulo VI.

Fundada em 6 de janeiro de 1622 pelo Papa Gregório XV, o objetivo desta Congregação é estimular a disseminação da fé em todo o mundo, com a competência de coordenar todas as forças missionárias, proporcionar diretrizes para as missões, promover a formação do clero e das hierarquias locais, incentivar a fundação de novos institutos missionários e prover a ajuda material às atividades missionárias.

Em suma, trata-se do instrumento do Santo Padre e da Santa Sé para o exercício da jurisdição sobre todas as missões e a cooperação missionária em todo o mundo, o que significa organizar, capacitar e orientar todo o trabalho missionário promovido pelas várias instituições vinculadas ao Vaticano.

O ano celebrativo foi aberto em 3 de maio, com a proposta de se visitar a fonte carismática de onde surgiu a Congregação.

COMPOSIÇÃO

A Congregação é composta atualmente de 49 membros, sendo 35 cardeais, cinco arcebispos, dois bispos, quatro diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias e três superiores-gerais. Desde 2019, seu presidente é o Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, que até então era Arcebispo de Manila, nas Filipinas.

Entre 1970 e 1984, o Cardeal Agnelo Rossi, 4º Arcebispo Metropolitano de São Paulo, exerceu o cargo de Prefeito desse dicastério Romano.

Desde a criação e de acordo com as características e necessidades de cada época, vários aperfeiçoamentos foram executados na estrutura e na forma de atuação da Congregação para a Evangelização dos Povos, até mesmo em decorrência da indispensável colaboração dos leigos.

PONTIFÍCIAS OBRAS MISSIONÁRIAS

Assim, também este ano, acontece celebração do bicentenário de fundação e do centenário de elevação ao status de órgão pontifício das Pontifícias Obras Missionárias (POM), organismos vinculados àquela Congregação para a Evangelização dos Povos e que são uma rede mundial de oração e solidariedade para apoiar o Papa em seu compromisso missionário com todas as Igrejas particulares.

O trabalho das POM se concretiza mediante a oração – alma de toda missão –, o auxílio material aos cristãos no mundo inteiro e o empenho em despertar nos batizados a consciência e zelo missionários. Enfim, sua finalidade específica é orar e agir concretamente para apoiar a obra da evangelização e a missionariedade.

As POM foram criadas espontaneamente pelo fervor missionário expresso pela fé dos batizados: duas mulheres (Pauline Marie Jaricot e Jeanne Bigard), um bispo (Dom Charles de Forbin-Janson) e um sacerdote (Padre Paolo Manna) foram os fundadores de um grande movimento de cooperação missionária na Igreja.

O carisma fundacional é único, iniciado pela jovem francesa Pauline Jaricot, que, junto com um grupo de operárias, criou a primeira rede de oração e solidariedade para apoiar os missionários franceses na China. Esta única inspiração anima as quatro obras que compõem as POM e existe para intensificar a animação, a formação e a cooperação missionária em todo o mundo:

Pontifícia Obra para a Propagação da Fé (POPF): fundada em Lyon, na França, em 1822, pela Venerável Pauline Jaricot, tem a tarefa de promover a cooperação missionária em todas as comunidades cristãs. Para tanto, juntamente com a coleta de donativos, ocupa-se das vocações missionárias, da educação no espírito missionário, especialmente com iniciativas durante o mês missionário (outubro).

Pontifícia Obra São Pedro Apóstolo (POSPA): a francesa Jeanne Bigard foi sua idealizadora, em 1889, em seu país, na cidade de Caen. Esta obra se ocupa da formação do clero local nas Igrejas de missão, sobretudo com ajudas financeiras, cuja generosidade posteriormente se estendeu também aos candidatos à vida religiosa, masculina e feminina.

Santa Infância ou Infância e Adolescência Missionária (IAM): a obra foi criada em 1843, pelo também francês Monsenhor Forbin-Janson, Bispo de Nancy. Tem como escopo educar as crianças no espírito missionário, fazendo-as interessar-se pelas necessidades dos seus coetâneos dos países de missão, mediante a oferta de orações e ajudas materiais.

Pontifícia União Missionária (PUM): é na Itália, pelas mãos do Padre Paolo Manna, em 1916, que nasce esta obra, tendo como tarefa a animação missionária de sacerdotes, religiosos e religiosas, membros de institutos seculares, cumprindo a função de promover as Igrejas locais.

Cada uma das quatro Pontifícias Obras tem sua própria identidade e especificidade, tanto no objetivo que se pretende alcançar quanto nos meios e iniciativas com os quais se realiza o mesmo fim, adaptando-os e renovando-os segundo as diversas situações eclesiais e socioculturais nas quais deve operar. Também é importante que, mesmo conservando a própria individualidade, essas obras evidenciem a unidade de espírito e de intenção que anima todas as Obras do Santo Padre e dos bispos, empenhadas em educar o povo de Deus em um fecundo espírito missionário.

Notícia publicada originalmente em 12 de maio de 2021 e atualizada em 4 de janeiro de 2022.

(Com informações de Vatican.va e Vatican News)

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querencia justina mela
querencia justina mela
1 ano atrás

deixem os indios se converterem ao evanngelismo pentecostal que é autodefesa as agressões brancas romanas