COP28 deve evidenciar proteção de infraestruturas de água e saneamento

Alerta é de Catarina de Albuquerque, primeira relatora da ONU sobre o tema e atual chefe da Iniciativa Saneamento para Todos; especialista pede um novo despertar dos líderes com avaliação do progresso global a ser apresentada no evento. 

Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Delegações de todo o mundo estão a caminho de Dubai, nos Emirados Árabes, para participar na 28ª Cúpula do Clima, COP28, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

Todos os anos, os países adotam uma declaração final no evento que enfatiza os caminhos e resultados para limitar o aquecimento da temperatura global e preservar a vida no planeta.

Sistemas de saneamento funcionais

A ONU News conversou com a diretora executiva da Iniciativa Saneamento para Todos, do Fundo da ONU para a Infância, Unicef. Catarina de Albuquerque foi a primeira relatora da ONU sobre Água e Saneamento e alertou para a necessidade de manter o acesso.

“O mundo pode enfrentar um déficit de 40% de água doce até 2030. Em 2040, quase uma em cada quatro crianças viverá numa zona em estresse hídrico extremamente elevado. Portanto, são sinais de alerta enormes. Todo este impacto das alterações climáticas, não são ameaças futuras. São realidades cotidianas. Nós sabemos que em muitas comunidades a crise climática torna ainda mais difícil para as pessoas encontrarem fontes fiáveis de água potável, manterem uma boa higiene e manter sistemas de saneamento a funcionar. Nós sabemos que estamos a falar de direitos humanos.” 

Uma das grandes novidades da edição deste ano da COP é uma avaliação do progresso global dos Estados-membros. 

Segundo Catarina de Albuquerque, para além de compreender a gravidade da situação, os representantes dos países terão a chance de decidir sobre um acordo sobre adaptação às alterações do clima.

“Temos perante nós a oportunidade dos líderes globais de chegarem a um acordo sobre o objetivo global da adaptação. Por que é importante? A adaptação às alterações climáticas consiste em reduzir a nossa vulnerabilidade, das sociedades e dos territórios aos efeitos negativos das alterações do clima. Como, por exemplo, secas, as inundações ou as cheias. Isto é algo que ainda não foi conseguido, número um, que obviamente seria fundamental conseguir.”

Proteger infraestruturas de água saneamento

A especialista aponta outras questões que merecem mais atenção em relação à água e ao saneamento para impulsionar a atuação dos países nessa área. 

“Número dois, vai ser feito agora na COP algo pela primeira vez chamado o primeiro balanço global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas concluiu sobre a necessidade de se reduzir o dióxido de carbono para manter a média de aumento da temperatura em 1,5º C. Nós já sabemos que muito provavelmente, de uma análise feita dos progressos, o mundo está fora de curso em todos os quesitos de avaliação.”

Catarina de Albuquerque pede máximo empenho na eliminação de combustíveis fosseis e redução de emissões. Ela defende uma ação direta em favor da preservação de recursos de água doce e das infraestruturas de água e saneamento.

Fonte: ONU News

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