Equipe Olímpica de Refugiados faz história e inspira o mundo

A boxeadora Cindy Ngamba se tornou a primeira atleta refugiada a subir no pódio, conquistando uma medalha de bronze; muitos outros esportistas da equipe de 37 pessoas tiveram performances notáveis; eles representaram cerca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo.

COI/John Huet

As Olimpíadas de Paris, encerradas neste domingo, representaram um momento histórico para a Equipe Olímpica de Refugiados, que conquistou sua primeira medalha.

A boxeadora Cindy Ngamba alcançou o bronze na categoria feminina de 75kg, tornando-se a primeira atleta refugiada a subir no pódio. Segundo a Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, o sucesso histórico de Ngamba foi apenas uma das muitas performances notáveis.

Resultados positivos

No atletismo, Dominic Lokinyomo Lobalu ficou a uma fração de segundo de uma medalha na final masculina dos 5 mil metros no sábado, terminando em quarto lugar.

No início dos Jogos, Perina Lokure Nakang e Jamal Abdelmaji bateram recordes pessoais em suas corridas, de 800 metros femininos e 10 mil metros masculinos, respectivamente.

Na água, três velocistas refugiados chegaram às quartas de final: Fernando Dayan Jorge Enriquez na canoa masculina de 1 mil metros, Saeid Fazloula no caiaque masculino de 1 mil metros e Saman Soltani no caiaque feminino de 500 metros.

Para o Acnur, todos os 37 membros da Equipe Olímpica de Refugiados demonstraram “tremenda determinação e coragem em seus 12 esportes diferentes em Paris 2024”. Eles representaram cerca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo.

A Equipe Olímpica de Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional, COI, e pela Fundação Olímpica de Refúgio, com o apoio do Acnur.

Participação nas cerimônias de abertura e encerramento

O objetivo é dar aos atletas deslocados a chance de mostrar seus talentos no mais alto palco esportivo. A equipe fez sua aparição inaugural nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Nos Jogos de Tóquio 2020, um total de 29 atletas refugiados competiram, incluindo o ciclista de estrada Masomah Ali Zada, que liderou a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris como seu Chefe de Missão e porta-voz.

Para a cerimônia de abertura em Paris, os porta-bandeiras da equipe foram Ngamba e Yahya Al Ghotany, que competiu no taekwondo.

O grupo foi representado durante a cerimônia de encerramento pelos porta-bandeiras Farida Abaroge e Kasra Mehdipournejad. Ngamba subiu ao palco ao lado do presidente do COI, Thomas Bach.

Desempenho de ex-refugiados

Ex-refugiados também se destacaram nas competições. Kimia Alizadeh, membra da Equipe Olímpica de Refugiados em Tóquio e que agora compete pela Bulgária, conquistou a primeira medalha do país no taekwondo. Ela recebeu o bronze na categoria feminina de 57kg.

A equipe masculina de basquete do Sudão do Sul, composta por ex-refugiados, representou o continente africano em Paris. O time venceu Porto Rico antes de perder para a Sérvia e os Estados Unidos.

A vice-alta comissária da ONU para refugiados, Kelly Clements, disse que “esses atletas refugiados superaram imensos desafios, mas seu sucesso é um lembrete para o mundo do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem uma mão amiga para perseguir seus sonhos”. 

Fonte: ONU News

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