
Os eleitores eslovenos disseram “não” à eutanásia. No referendo realizado em 23 de novembro, 53,43% rejeitaram o projeto de lei que permitiria a pacientes em fase terminal encerrar a própria vida de forma assistida. Com isso, a legislação aprovada pelo Parlamento apenas quatro meses antes foi bloqueada e não entrará em vigor.
Pela regra eslovena, a questão fica congelada por, no mínimo, um ano. Só a partir de novembro de 2026, o Parlamento poderá apresentar nova proposta sobre o tema.
A Conferência Episcopal Eslovena posicionou-se publicamente contra o projeto em comunicado oficial, citando o artigo 17 da Constituição do país, que estabelece a inviolabilidade da vida humana. Os bispos exortaram os políticos a priorizarem o reforço de um acompanhamento médico, humano e espiritual integral e sistemático aos doentes em fase terminal. Em vez de legalizar mecanismos que impliquem a interrupção deliberada da vida, a Igreja defende maior investimento em cuidados paliativos, bem como em todos os serviços de suporte que permitam aliviar o sofrimento sem suprimir a vida da pessoa que sofre.
Uma coalizão de organizações civis lançou uma campanha que coletou mais de 40 mil assinaturas, o suficiente para submeter a lei a uma votação nacional.

O projeto de lei rejeitado teria permitido que pacientes em plena posse de suas faculdades mentais e portadores de doenças incuráveis, ou com dores insuportáveis, tivessem acesso à eutanásia assistida. O texto da lei exigia que a medicação para acabar com a vida fosse aplicada pelo próprio paciente, com a aprovação prévia de dois médicos e um período obrigatório de reflexão para assegurar que a decisão fosse voluntária, consciente e irreversível.
Dom Stanislav Zore, OFM, Arcebispo Metropolitano de Ljubljana, recebeu o resultado com gratidão, declarando que vê “Deus agindo em nosso tempo”. Ele agradeceu aos organizadores e aos cidadãos que defenderam publicamente o valor da vida humana e elogiou os profissionais da área médica e jurídica por expressarem suas preocupações com clareza.
O Arcebispo enfatizou, no entanto, que esse não era um momento para celebração, mas sim de gratidão e determinação. Ele exortou os fiéis a permanecerem guiados pela consciência, a resistirem às pressões de buscar “caminhos fáceis e confortáveis” e a estarem alerta para discernir “o bem do mal”.
Fonte: Gaudium Press





