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“É uma espécie de mantra obsessivo toda vez que precisam de uma cortina de fumaça para desfocar dos problemas reais que temos e aos quais eles tão desajeitada e insidiosamente aplicam sua tortuosa governança”, escreveu Dom Jesús Sanz Montes, Arcebispo de Oviedo, na Espanha.
Em uma carta intitulada “O Chocalho Acusador”, divulgada na semana passada, o Arcebispo responde ao anúncio do governo socialista espanhol de um plano exclusivo para abordar abusos sexuais e de poder cometidos dentro da Igreja Católica.
Na opinião do Prelado, o poder Executivo do país “tem tentado centrar-se de forma tendenciosa e manipuladora no problema da pedofilia como algo atribuível apenas à Igreja Católica, que representa um destacamento exclusivo e impróprio e deixa a maioria dos que sofreram este terrível flagelo desprotegida”.
Ele encorajou as pessoas a denunciarem “as informações enganosas, tendenciosas ou falsas e a dizerem humildemente o quanto bem fazemos como comunidade cristã”.
“Os cristãos são chamados a defender as vítimas de abuso, ao assumir nossa responsabilidade no que nos diz respeito, mas pedindo que toda a sociedade também adote medidas apropriadas, a começar pelos líderes governamentais”, acrescentou.
O Arcebispo descreveu como “claro” o comunicado da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) que rejeita a iniciativa do governo e denuncia que o plano “parte de um julgamento que condena toda a Igreja, feito sem qualquer tipo de garantia legal, uma acusação pública e discriminatória por parte do Estado”.
O Prelado enfatizou que “não devemos nos deixar identificar com essa falsa história que desfigura a verdadeira obra da Igreja” e pergunta, ao virar o jogo sobre o assunto: “Qual instituição dos atingidos por esse crime levou o assunto a sério? Quem criou gabinetes de acolhimento e apoio, educou seus membros e colaborou ativamente com o Ministério Público?”
O Arcebispo lembrou aos fiéis que o abuso sexual de menores na Espanha é um problema no qual o clero católico e os religiosos representam a ínfima parte de 0,2%. O número é de um estudo da Fundação Anar, especializada na proteção de crianças, que detalha que, entre 2008 e 2009, somente 0,2% dos mais de 6 mil casos de abuso denunciados podem ser atribuídos a padres e religiosos.
Segundo a fundação que atua na prevenção do abuso infantil, os pais representaram o maior número de abusadores, totalizando 23,3%; companheiros dos pais ocuparam o segundo lugar entre os que cometem tal crime, com 8,7%; enquanto os amigos representam 5,7%; e os namorados, 5,6%.
Fonte: ACI Digital