Foram libertados nesta manhã os 20 reféns que estavam detidos há dois anos pelo Hamas. Trump esteve em Sharm el-Sheik, no Egito, para a cerimônia oficial de assinatura do acordo junto com o primeiro-ministro israelense, Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas

Uma notícia aguardada por 738 dias. Uma esperança que parecia inalcançável, mas que, ao contrário, concretizou-se nesta manhã desta segunda-feira, 13. O resultado é fruto do acordo de cessar-fogo em Gaza, alcançado entre Israel e Hamas, nos dias 8 e 9 de outubro e, posteriormente, ratificado também pelo governo de Benjamin Netanyahu.
A libertação dos reféns
Pouco depois das 7 horas (duas da manhã no Brasil), foram libertados no Norte da Palestina os primeiros sete reféns israelenses que estavam detidos pelo Hamas, desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo islâmico lançou um ataque terrorista contra várias aldeias e kibutz israelenses (comunidades agrícolas coletivas) na fronteira com a Faixa de Gaza. Os primeiros reféns libertados foram Guy Gilboa-Dalal, Alon Ohel, Omri Miran, Gali e Ziv Berman, Matan Angrest ed Eitan Mor. Após a libertação, uma multidão de 100 mil pessoas, que se reuniu para apoiar as famílias dos reféns em Tel Aviv, comemorou a notícia. “Estamos emocionados e felizes. Estamos esperando que ele chegue. Vamos deixá-lo voltar para casa, o abraçaremos e diremos para ele que o seu pesadelo finalmente acabou”, comemorou o pai de um dos primeiros sequestrados libertados, que foi entregue ao Exército israaelense e, então, trasferido imediatamente para um ponto de acolhida no sul de Israel para exames médicos. Poucos minutos antes das 10 locais, foi a vez de outros 13 reféns libertados da área de Khan Yunis. Os nomes deles são: Bar Kuperstein, Eviatar David, Yosef Haim Ohana, Segev Kalfon, Avitan Or, Elkana Buchbot, Maxim Harkin, Nimrod Cohen, Matan Tsengauker, David Cuneo, Eitan Horn, Rom Breslavsky e Ariel Cune. Os corpos de outros 28 reféns mortos deverão ser entregues ao longo da tarde.
A assinatura do acordo de paz
No momento da libertação do segundo grupo, pousou no aeroporto de Ben Gurion de Tel Aviv o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele foi recebido aos pés da escadaria do Air Force One pelo presidente israelense, Isaac Herzog; por Benjamin Netanyahu e pelos emissários Steve Witkoff e Jared Kushner, que elaboraram o acordo. “A guerra acabou” e é um dia “muito especial” foram as palavras de satisfação expressas pelo presidente Donald Trump aos jornalistas pouco antes de partir de Washington. Quando questionado se o cessar-fogo continuaria, ele acrescentou: “penso que irá durar. Acredito que as pessoas estejam cansadas. Séculos se passaram”. Ao mesmo tempo, Trump disse ter certeza de que os islâmicos irão proceder com o desarmamento, mesmo que este se mantenha como um ponto crítico do acordo, tanto que no final de semana alguns representantes do Hamas declararam não estarem disponíveis para entregar as armas e transferir seus líderes para o exterior. Depois, acompanhado por Netanyahu, Trump foi ao Knesset, o parlamento israelense, onde foi recebido por vários deputados com bonés vermelhos com as palavras “Trump, presidente da paz”. Após falar à assembleia, o presidente dos EUA voou para Sharm el-Sheik, Egito, para a cerimônia oficial de assinatura do acordo. O primeiro-ministro israelense e o presidente palestino Mahmoud Abbas participam da cúpula “para consolidar o acordo e reafirmar seus compromissos de respeitá-lo”, anunciou através do Facebook, o porta-voz presidencial da Autoridade Nacional Palestina, Mohamed Ibrahim Abdel Khaleq El-Shennawy.
A Libertação dos prisioneiros palestinos
Os 1.966 prisioneiros palestinos que deveriam ser libertados por Israel hoje, como parte do acordo para a troca de reféns e prisioneiros, embarcaram no ônibus do lado de fora das prisoes israelenses, informou a agência de notícias Reuters. Entre eles, há 1.716 palestinos de Gaza que serão transferidos para o hospital Nasser. Os 250 condenados à prisão perpétua em Israel serão transferidos para a Cisjordânia, para Jerusalém e para o exterior. Para receber os detidos, o Hamas mobilizou 7.000 pessoas, enquanto os familiares se reuniram em Ramallah.
Fonte: Vatican News