
A Arquidiocese da Cidade do México se manifestou contra a proposta de reforma da Lei Geral de Saúde, a chamada “Lei da Transcendência”, que visa a descriminalizar a eutanásia, e afirmou que ela contém pontos “incorretos”, o que a levou a pedir ao Estado que destine os recursos necessários aos cuidados paliativos.
“A iniciativa baseia sua proposta no argumento da separação entre Igreja e Estado. No entanto, parece haver uma confusão de argumentos, que são inadequados, visto que até agora analisamos argumentos antropológicos, médicos, éticos e jurídicos, independentemente da fé das pessoas”, destacou a Arquidiocese em seu editorial no semanário ‘Desde a fé’, publicado na semana passada.
“Presumir que a morte está sendo oferecida a essas pessoas como uma saída para sua situação é terrível, porque implica negar nossa capacidade de oferecer alívio, apoio e conforto, apesar dos avanços da ciência”, destacou o texto.
A Arquidiocese lembrou que a Associação Médica Mundial se opõe veementemente à eutanásia e ao suicídio assistido, argumentando que a ética médica deve respeitar a dignidade humana em todos os momentos, e que o Conselho da Europa declarou que a dor e o sofrimento não eliminam a dignidade humana da vida.
“Argumentar que uma boa morte significa morrer sem dor é outro erro; uma boa morte significa ser capaz de viver os últimos momentos com todo o cuidado físico, emocional e espiritual necessário”, afirmava o texto.
A Igreja Católica mexicana afirmou que os cuidados paliativos já existem para casos de doenças terminais, permitindo que as pessoas morram em casa, acompanhadas de suas famílias, de forma natural, e que esses recursos continuam a melhorar com o avanço da ciência.
“Os recursos que o Estado deve destinar aos cuidados paliativos são consideráveis, porém são necessários para a dignidade de todos os mexicanos, sãos e doentes, e querer reduzir essas despesas oferecendo eutanásia é desumano e simboliza um Estado que abdica de seu dever”, concluiu o texto.
Fonte: Aica



