A guerra civil no Sudão, iniciada em 15 de abril de 2023, completa 500 dias, o que coloca o terceiro maior país da África na pior crise humanitária atualmente em curso. Estima-se que cerca de 150 mil pessoas já tenham sido mortas diretamente pelo conflito e 10 milhões tenham sido obrigadas a deixar suas casas. Pelo menos 245 cidades e vilas já foram destruídas, o que inclui a capital, Cartum. Apesar disso, a comunidade internacional não dedica praticamente nenhuma atenção ao enorme sofrimento imposto aos sudaneses.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 80% das unidades de saúde do país, que operavam um sistema já precário antes da guerra, deixaram de funcionar. Um relatório da ONU, divulgado no início do mês passado, informa que o acampamento para refugiados de Zamzam, na cidade de Al-Fasher, região de Darfur, que abriga cerca de 1,8 milhão de pessoas, está “em situação de fome”.
Tudo isso é agravado pela crise climática: chuvas fortes e enchentes acabaram de provocar o colapso de uma represa na região de Porto Sudão, capital informal desde que Cartum foi arrasada pela guerra, comprometendo o suprimento de água na região.
Países vizinhos, como o Chade, o Sudão do Sul e o Egito, recebem a maior parte dos refugiados, porém no campo de refugiados instalado em Calais, no norte da França, 60% das pessoas que solicitam asilo são sudanesas.
Fonte: Gazeta do Povo