No início deste mês, a Arquidiocese de Malta entregou formalmente as chaves de um amplo complexo, que até agora serviu de lar para idosos – os quais foram transferidos para instalações mais modernas –, a um centro de artes que atende crianças, jovens e adultos deficientes.
A famosa propriedade do século XVII, conhecida como Dar Saura, vale cerca de 25 milhões de euros e foi cedida por 65 anos à Malta Trust Foundation (MTF), que transferirá seu projeto Villabianca para o complexo de 5,5 mil m2.
Villabianca é o primeiro Centro de Música e Artes de Malta e foi criado pela MTF para fornecer musicoterapia a crianças, jovens e adultos, com idades entre 5 e 35 anos, com deficiência e com acesso limitado a experiências artísticas.
O centro atende atualmente 150 pessoas com síndrome de Down, autismo e deficiência visual, entre outras condições, oferecendo musicoterapia especializada e adaptada às necessidades individuais com o auxílio de musicoterapeutas. O novo espaço cedido pela Igreja terá capacidade para acolher 500 crianças e jovens em terapia com acompanhamento de música, arte e dança.
No dia 5, foi realizada uma cerimônia oficial de assinatura do documento de cessão, na qual participaram Dom Charles Scicluna, Arcebispo de Malta, e Marie Louise Coleiro Preca, presidente da MTF.
“O melhor uso dos bens da Igreja é quando se destinam a um propósito social, especialmente para ajudar aqueles que mais precisam de apoio”, disse Dom Charles naquela ocasião, segundo um artigo publicado no site da Arquidiocese de Malta.
Ele expressou a esperança de que, nas mãos da MTF, a propriedade “se torne um centro de última geração, capacitando crianças, jovens e adultos com deficiência a se envolverem com suas habilidades e a descobrirem e nutrirem todo o seu potencial por meio da música e das artes”.
Da mesma forma, Marie Louise considerou o acordo histórico, dizendo que a decisão posicionaria Malta como um centro para jovens que têm lutado para desenvolver plenamente o seu potencial em decorrência da deficiência.
“Estamos profundamente comovidos com o gesto generoso da Igreja”, disse ela, afirmando que o seu sonho “é ver este centro tornar-se um local único para as famílias verem os seus filhos com deficiência prosperarem; um lugar onde eles possam crescer, desenvolver suas habilidades e ser capacitados para sair pelo mundo.”
Alcançar essa meta “demonstrará que cada uma das criações de Deus tem um propósito”, disse ela, complementando que outro sonho seu é que Malta “aborde as lacunas e os desafios que as crianças e os jovens com deficiência enfrentam a partir de uma perspectiva social, e que são um “barreira à sua qualidade de vida”.
“Desejo, verdadeiramente, que possamos mudar a vida destas crianças e transformar a mentalidade geral para que todos compreendam o seu vasto potencial. Espero que todas as crianças do nosso país, independentemente das suas capacidades, tenham acesso ao apoio necessário para atingir o seu pleno potencial”, afirmou ela.
Dom Charles expressou o compromisso da Igreja “com a narrativa evangélica da parábola do Bom Samaritano. Ele chega às pessoas necessitadas e oferece serviços e cuidados e compartilha sua herança para capacitar outros a fazerem o mesmo”, concluiu.
Fonte: Crux Now