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Na Irlanda do Norte, católicos são forçados a deixar suas casas em decorrência de ataques

The Catholic Herald/Facebook

A Diocese de Down e Connor condenou a intimidação e os ataques a famílias católicas em Belfast, Irlanda do Norte, que levaram todas, exceto uma, a fugir de suas casas. 

As famílias moravam em um conjunto habitacional que fica ao lado de um bairro predominantemente habitado por protestantes leais ao Reino Unido no Norte da cidade. 

“Os ataques e intimidações constantes sofridos pelos moradores locais de Annalee e Alloa Street, em Belfast, são atos covardes e ameaçadores de discriminação sectária sem rosto”, disse o Padre Eddie McGee, porta-voz da Diocese. “É repugnante que famílias na Irlanda do Norte, hoje, continuem tendo de deixar a segurança de seus lares em uma sociedade fortemente comprometida com o caminho da paz e da reconciliação”. 

O país reúne nove distritos no Norte da ilha em que fica a República da Irlanda e pertence ao Reino Unido. Desde a independência da República da Irlanda, em 1937, conflitos entre protestantes, em sua maioria de origem escocesa, e católicos irlandeses – que são a maioria da população, com mais de 45% –, marcam o cenário político da Irlanda do Norte. 

Os ataques sectários nessa área do norte de Belfast começaram em maio, quando várias casas de famílias católicas foram atacadas por homens mascarados, com janelas quebradas e veículos vandalizados. Estima-se que, devido a novos ataques nos últimos dias, só uma família católica permaneça no que deveria ser um conjunto habitacional misto. 

Moradores protestantes não queriam falar com a mídia local por medo de represálias de grupos paramilitares. 

O jornal Sunday World disse que os ataques foram coordenados por indivíduos ligados ao tráfico de drogas e paramilitares que ameaçaram continuar com o assédio e a intimidação. 

“A intimidação constante de famílias vulneráveis para que deixem suas casas é um lembrete de que é responsabilidade de todos nós não nos acomodarmos na luta pela construção de comunidades nas quais todos sejam respeitados e protegidos, sem exceção. Precisamos continuar a nos engajar para buscar caminhos de diálogo, em vez de construir muros de discriminação sectária e racial, alimentados pelo medo e pela agressão”, concluiu o Padre Eddie.

Fonte: ACI Digital

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