Nigéria: Conferência episcopal condena abusos litúrgicos e exige rigor

CBCN

Em comunicado divulgado na quinta-feira, 15, membros da Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN) condenaram nos “mais fortes termos” os abusos em celebrações litúrgicas no país africano, instando sacerdotes e bispos a tomarem “medidas imediatas” para restaurar a dignidade e a santidade do culto.

“É com profunda preocupação e justa indignação que observamos um aumento alarmante de aberrações durante o culto em toda a nossa nação, perpetradas por alguns dos nossos próprios sacerdotes”, diz a CBCN.

Eles acrescentam: “Esses abusos incluem desvios das orações prescritas e das rubricas da missa, incluindo a Oração Eucarística; manejo irreverente da Eucaristia; música inadequada, como cantos seculares para a liturgia; danças indecorosas “até com o ostensório contendo a Eucaristia”; bênção de pessoas usando gestos semelhantes à aspersão de água benta; comercialização da liturgia na forma de “fazer muitas coletas e arrecadação de fundos no meio de celebrações litúrgicas”.

Outros “abusos” que os membros da CBCN condenam são o uso do púlpito em busca de interesses pessoais, a incorporação de costumes locais que são inconsistentes com a fé, o uso de vestimentas impróprias, a falta de preparação adequada para todos os aspectos da celebração litúrgica, a invenção de ritos, como a “dedicação da criança”, com alguns padres colocando a criança no altar, quando, na Doutrina da Igreja, uma criança é consagrada a Deus durante o Batismo; bênção de itens não aprovados pela Igreja como sacramentais; e muitos outros”.

“Essas graves violações não são apenas uma afronta direta à santidade da liturgia, mas também uma fonte de escândalo e constrangimento para a Igreja na Nigéria”, dizem os membros da CBCN.

Eles também enfatizam: “A Igreja nos deu diretrizes claras sobre como a liturgia deve ser celebrada, e estas devem ser seguidas sem exceção. A fidelidade às leis da Igreja não é opcional – é obrigatória. Os fiéis merecem nada menos do que a celebração verdadeira e reverente dos mistérios da nossa fé”.

“A liturgia não é um playground privado para inovação pessoal. Não é uma plataforma para a autoexpressão do celebrante. É um legado sagrado, transmitido pela Igreja, que deve ser celebrado de acordo com as normas e tradições estabelecidas. Qualquer sacerdote que se encarregue de se desviar destas normas é culpado de uma grave traição ao seu dever sagrado e está prejudicando os fiéis”.

“Tais ações não são apenas erros de julgamento; são violações da ordem sagrada e devem ser tratadas como tal. Lembramos aos nossos sacerdotes que o altar não é um palco para teatro, nem a liturgia é um local para novidades”, dizem os líderes da Igreja em uma declaração assinada por Dom Lucius Iwejuru Ugorji, Arcebispo de Owerri e Presidente da CBCN.

Fonte: ACI Digital

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