
Dom Giambattista Diquattro, chefe adjunto da delegação da Santa Sé e Núncio Apostólico no Brasil tomou a palavra no encontro de Alto nível na COP30, nesta terça-feira, 18 de novembro, em Belém. Citando o Papa Leão XIV, reafirmou que a educação “deve combinar justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis”.
Como nos lembrou o Papa Leão, devemos retornar ao coração, que “não é apenas o centro dos sentimentos e emoções, mas o locus da liberdade… O coração é o lugar onde a realidade externa tem o maior impacto, onde ocorre a busca mais profunda, onde se descobrem os desejos mais autênticos, onde se encontra a identidade última de cada um e onde se tomam as decisões. É somente retornando ao coração que a verdadeira transformação ecológica [de que precisamos] pode acontecer”.
Na sua fala diante de representantes de vários países, Dom Giambatistta recordou a Mensagem do Papa Leão XIV a COP30, no qual enfatizou que os desafios apresentados pelas alterações climáticas “colocam em risco a vida de todos neste planeta e, por conseguinte, exigem cooperação internacional e um multilateralismo coeso e orientado para o futuro, que coloque a sacralidade da vida, a dignidade inerente a cada ser humano e o bem comum no seu centro”.
O Núncio Apostólico destacou então quatro questões-chave: em primeiro lugar, o reforço de um “multilateralismo coeso e orientado para o futuro” é fundamental, disse. As alterações climáticas não conhecem fronteiras e, por conseguinte, exigem esforços. “Isto dá-nos a oportunidade de compreendermos coletivamente que «somos uma só família humana. Não existem fronteiras nem barreiras, políticas ou sociais, atrás das quais nos possamos esconder, muito menos espaço para a globalização da indiferença». «A dignidade das pessoas deve prevalecer, de modo que a ética prevaleça sobre os interesses locais ou contingentes»”.
Em segundo lugar, o Núncio Apostólico destacou que para manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5°C, é essencial garantir uma transição justa e equitativa. Essa transição deve levar em consideração a decisão adotada na COP28 em Dubai de “transição para longe dos combustíveis fósseis”, tendo em mente que as consequências das mudanças climáticas afetam principalmente os mais pobres e vulneráveis.
Fonte: CNBB






