A maior queda nos três primeiros trimestres de 2020 ocorreu na região das Américas, baixa de 12,1% em relação a 2019
Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira, 23, indicam que houve uma queda drástica na renda de trabalhadores, como consequência da atual pandemia de COVID.
A estimativa é de que a renda global do trabalho tenha diminuído 10,7%, ou 3,5 trilhões de dólares, nos primeiros três trimestres de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.
Esse número, porém, não leva em conta os efeitos das medidas de apoio à renda implementadas pelos governos, como o auxílio emergencial, adotado no Brasil, por exemplo.
A maior queda ocorreu nos países de renda média-baixa, onde as perdas de renda do trabalho foram de 15,1%, sendo a região das Américas a mais atingida, com 12,1%.
Os dados constam no “Monitor da OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho”. Em escala global, a revisão das estimativas das perdas de horas de trabalho para o segundo trimestre deste ano (em relação ao quarto trimestre de 2019) mostra uma queda de 17,3%, equivalente a 495 milhões empregos em tempo integral (considerando-se uma semana de trabalho de 48 horas), comparada à estimativa anterior de 14%, ou 400 milhões de empregos em tempo integral.
Para o terceiro trimestre de 2020, prevê-se uma perda mundial de horas de trabalho de 12,1%, ou 345 milhões de empregos em tempo integral.
As projeções para o quarto trimestre pioraram significativamente desde a publicação do último Monitor da OIT, em junho. Com base no cenário de referência estabelecido pela OIT, as perdas globais de horas de trabalho devem ser de 8,6% no quarto trimestre de 2020 (em comparação com o quarto trimestre de 2019), o que corresponde a 245 milhões de empregos em tempo integral. Isso representa um aumento de 4,9%, ou 140 milhões de empregos em tempo integral, em comparação com a estimativa anterior da OIT.
Uma razão para o aumento das estimativas para a perda de horas de trabalho é o fato de os trabalhadores em economias em desenvolvimento e emergentes, especialmente aqueles com empregos na economia informal, terem sido muito mais afetados do que em crises anteriores.
O relatório também observa que o declínio no emprego pode ser atribuído em maior medida à inatividade do que ao desemprego, o que tem consequências de longo alcance para a formulação de políticas públicas.
Embora medidas restritivas em relação ao fechamento de locais de trabalho estejam sendo aplicadas de forma mais flexível atualmente, persistem grandes diferenças a este respeito, dependendo da região. Assim, 94% dos trabalhadores vivem em países onde algum tipo de restrição em relação ao local de trabalho continua a ser aplicada e 32% moram em países onde todos os locais de trabalho foram fechados, exceto aqueles considerados essenciais.
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