ONU alerta sobre piora da crise humanitária no Sudão: 106 mil deslocados em um mês

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou na terça-feira, 25, que mais de 106 mil pessoas fugiram da área sudanesa de El Fasher e aldeias vizinhas em apenas um mês.

Em informe diário a jornalistas, o porta-voz do secretário-geral disse que a situação ocorre enquanto as equipes humanitárias enfrentam falta de recursos, insegurança e necessidades que superam largamente a capacidade de resposta.

DESLOCAÇÕES EM LARGA ESCALA APÓS TOMADA DE EL FASHER

Grande parte dos deslocados chega à cidade de Tawila, onde muitas pessoas já enfrentam desnutrição aguda e doenças potencialmente fatais.

O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, reforçou durante a sua visita ao local a necessidade de acesso humanitário sem impedimentos a todos os civis.

Os funcionários humanitários reportam grandes desafios operacionais, incluindo falta de financiamento e insegurança nas principais rotas de acesso.

Instalações de saúde encontram-se sobrecarregadas, e clínicas móveis lutam para atender o aumento de feridos, casos de desnutrição e infeções respiratórias.

A ONU alerta que, sem reforço urgente de serviços básicos e mais financiamento, a situação em Tawila poderá deteriorar-se ainda mais, apesar dos esforços das organizações no terreno para manter a assistência.

VIOLÊNCIA AFETA OUTRAS REGIÕES

No estado de Darfur Central, a ONG Médicos Sem Fronteiras voltou a reduzir o apoio ao hospital de Zalingei por motivos de segurança, após o assassinato de um trabalhador do Ministério da Saúde e ferimentos em outros quatro.

A violência também continua no Kordofan, onde mais de 600 pessoas foram deslocadas no último sábado após ataques a duas aldeias no sul da região.

O porta-voz reiterou o apelo das Nações Unidas para a proteção de civis em todo o Sudão e para garantir acesso seguro e contínuo às populações afetadas.

A ONU pediu ainda aos doadores que aumentem rapidamente o financiamento destinado às operações humanitárias em Darfur, Kordofan e em outras áreas que enfrentam necessidades crescentes.

Fonte: ONU NEWS

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