Secretário-geral saudou anúncio de aprovação do acordo mediado por Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia; ele ressaltou expectativa com libertação digna de todos os reféns, ampliação da ajuda humanitária e cessar-fogo permanente.

O secretário-geral da ONU saudou o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Israel e o Hamas “aprovaram” a primeira fase de seu plano de paz de 20 pontos, após dias de intensas negociações no Egito.
Falando a jornalistas em Nova Iorque nesta quinta-feira, António Guterres disse que “esse é o momento pelo qual todos aguardavam há muito tempo e que é preciso fazê-lo valer de verdade”, para que de fato represente “o início do fim desta guerra arrasadora”.
Libertação digna dos reféns
O presidente Trump anunciou nas redes sociais na noite de quarta-feira que o Hamas concordou em libertar todos os reféns mantidos em Gaza “muito em breve”, enquanto Israel concordou com uma retirada gradual de suas forças terrestres até “uma linha acordada”.
Segundo agências de notícias, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que foi um “grande dia para Israel”, acrescentando que o governo se reuniria na quinta-feira para aprovar a primeira fase, incluindo um cessar-fogo imediato.
Guterres afirmou que para “transformar esse cessar-fogo em progresso real, é preciso ir além de silenciar as armas”. O chefe das Nações Unidas pediu “acesso total, seguro e sustentado para os trabalhadores humanitários, da remoção de burocracia e impedimentos e reconstrução da infraestrutura destruída”.
Ele elogiou os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia na mediação deste avanço, que chamou de “desesperadamente necessário”.
O secretário-geral pediu que “todos os envolvidos a cumpram integralmente os termos do acordo”, incluindo a “libertação de forma digna” de todos os reféns que estão detidos há mais de dois anos em Gaza.
Fim dos combates “de uma vez por todas”
Ele insistiu que deve haver um cessar-fogo permanente, com o fim dos combates “de uma vez por todas”. As Nações Unidas, juntamente com o Crescente Vermelho, são incumbidas, segundo o plano dos EUA, de supervisionar a entrada e a distribuição de ajuda humanitária.
Para o chefe da ONU, “a entrada imediata e desimpedida de suprimentos humanitários e materiais comerciais essenciais em Gaza deve ser garantida e o sofrimento deve acabar.”
Guterres disse que as Nações Unidas vão apoiar a implementação total do acordo, a ampliação da entrega de ajuda humanitária e os esforços de recuperação e reconstrução na Faixa de Gaza.
Ele pediu a todas as partes interessadas que aproveitem esta oportunidade importante para “estabelecer um caminho político confiável para acabar com a ocupação, reconhecendo o direito à autodeterminação do povo palestino e alcançando uma solução de dois Estados que permita que israelenses e palestinos vivam em paz e segurança”.
Para Guterres, este avanço nas negociações revela “o poder e o potencial da diplomacia” e serve de lembrete de que as soluções para os conflitos “não estão no campo de batalha, e sim na mesa de negociações”.
Clima positivo em Gaza
A porta voz do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, afirmou que “há um clima muito positivo e alegre em Gaza”.
Olga Cherevko, disse que as pessoas estão “festejando e celebrando.”
Ela enfatizou que as prioridades humanitárias imediatas permanecem inalteradas: alcançar os mais vulneráveis com a assistência, em volumes adequados.
As equipes humanitárias da ONU têm cerca de 170 mil toneladas de alimentos, abrigo, remédios e outros itens essenciais armazenados fora de Gaza, que podem ser entregues assim que um cessar-fogo for implementado.
Fonte: ONU News