Os santos e beatos que, unidos a Jesus, buscaram a perfeição da caridade

“Quem crê em Cristo, torna-se filho de Deus. Esta adoção filial transforma­-o, dando-lhe a possibilidade de seguir o exemplo de Cristo. Torna-o capaz de agir com retidão e de praticar o bem. Na união com o seu Salvador, o discípulo atinge a perfeição da caridade, que é a santidade”.

Este ensinamento do parágrafo 1709 do Catecismo da Igreja Católica foi vivenciado de modo intenso por muitos dos santos e beatos, alguns dos quais o jornal O SÃO PAULO recorda a seguir, como inspiração para a prática das obras de misericórdia, um chama­do a todo o cristãos, especialmente às vésperas do VIII Dia Mundial dos Po­bres, no domingo, 17.

Santa Teresa de Calcutá (1910-1997):

Nascida na Al­bânia, ela deu testemunho de fé pelas muitas obras de misericór­dia que realizou, especialmente após a fundação das Missioná­rias da Caridade, em 1950, com atividades em favor dos mais pobres e enfermos em Calcutá, na Índia, um trabalho que hoje se espalha por centenas de paí­ses. Também dedicou-se à defe­sa dos nascituros. Ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 1979, foi enfática: “O maior destrui­dor da paz é o aborto.

Santa Dulce dos Pobres (1914- 1992):

O “Anjo Bom da Bahia” sempre se preocupou com as condições de vida dos mendigos e doentes de Salvador (BA). Em 1939, começou a abrigar pessoas nessas condições em um barracão ocupado. Após ser despejada do lugar, passou a acolhê-las no gali­nheiro do convento. Em maio de 1959, o espaço se transformou no Albergue Santo Antônio, primei­ra ação das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente benefi­ciam mais de 3 milhões de pesso­as nas áreas de Saúde e Educação.

São Maximiliano Kolbe (1894- 1941):

Fundador do associação Milícia da Imaculada, ele criou em Varsóvia, na Polônia, a comu­nidade “Cidade de Maria”, que se tornou um espaço de acolhimen­to para feridos de guerra, doentes e refugiados – muitos deles judeus – após os nazistas terem invadido o país durante a 2ª Guerra Mun­dial. O Santo foi martirizado em um campo de concentração após ter se oferecido para morrer em lugar de um pai de família.

São João Bosco (1815-1888):

“Formar cidadãos honestos e bons cristãos” foi seu ideal. Em 1841, passou a atuar no Inter­nato Eclesiástico de Turim, na Itália, dedicando-se aos jovens que encontrava nas ruas, casas abandonadas e nas prisões. Em 1846, criou o Oratório São Fran­cisco de Sales e, tempos depois, uma escola profissional e um internato para os jovens que não tinham onde morar. Fundou a Sociedade São Francisco de Sa­les (Salesianos de Dom Bosco), em 1859, e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (Irmãs Sa­lesianas), em 1872.

São Filipe Néri (1515-1595):

Nascido em uma rica família em Florença, Itália, Filipe ficou ór­fão de mãe ainda na infância. Na juventude, foi enviado a Roma para os estudos em Filosofia e Teologia. Vivia em uma casa simples e estava sempre atento às necessidades materiais e de fé das pessoas em situação de rua e nas prisões. Também se dedica­va aos enfermos no Hospital dos Incuráveis. Criou o Oratório do Divino Amor, no qual os jovens se reuniam para rezar e cantar, que deu origem à Congregação do Oratório, fundada em 1575, quando ele já era padre.

São Vicente de Paulo (1581- 1660):

O “padroeiro das associa­ções católicas de caridade” dedi­cou a vida pelos pobres, doentes e sofredores, especialmente após estar à frente de paróquias na pe­riferia de Paris e na vila campone­sa de Châtillon-le-Dombez. Em 1617, surgiu a primeira célula da Caridade Vicentina, coordenada por mulheres – as Damas da Ca­ridade. Em 1633, criou as Filhas da Caridade, que se consagra­vam a Deus para servir aos mais pobres. Antes, em 1625, fundou a Congregação da Missão, cujos sacerdotes são conhecidos como Lazaristas ou Vicentinos.

São José Moscati (1880- 1927):

Médico, tornou-se famo­so por seus diagnósticos precisos, que atribuía à prática da oração e à participação nos sacramentos. Atuou em um hospital com pa­cientes considerados incuráveis, em Nápoles, na Itália, e atendia gratuitamente pessoas mais po­bres em seu consultório particu­lar. Teve destacada atuação du­rante a epidemia de cólera que assolou a cidade nos anos 1910.

Beata Assunta Marchetti (1871-1948):

Nascida na Itália, a cofundadora das irmãs mis­sionárias scalabrinianas chegou ao Brasil em 1895, aos 24 anos, a pedido de seu irmão, o Padre José Marchetti, para cuidar das crian­ças do orfanato feminino da Vila Prudente, a maioria órfãs de mi­grantes italianos. Era muito solíci­ta aos doentes e pobres da cidade de São Paulo, à época em plena expansão.

Beato Pier Giorgio Frassati (1901-1925):

Aos 17 anos, o jo­vem nascido em Turim, na Itália, ingressou na Sociedade de São Vicente de Paulo, dedicando seu tempo aos doentes e necessitados, sempre alicerçado por uma vida de oração. Era visto constante­mente visitando os casebres na periferia e doava aos mais pobres roupas, móveis e alimentos. Mor­reu repentinamente, aos 24 anos, em razão de uma meningite.

Beata Nhá Chica (1808-1895):

Analfabeta, filha de mãe escrava e órfã desde os 12 anos, ela nas­ceu em São João del Rei (MG), mas viveu a maior parte do tem­po em uma casa na periferia de outra cidade mineira, Baependi, sempre de portas abertas para os mais pobres, que para lá acorriam em busca de alimentos, e a todos que a procuravam para conse­lhos e pedidos de oração. Após a morte de um de seus irmãos, Nhá Chica recebeu uma fortuna: doou a maior parte aos pobres e construiu uma capela dedicada à Imaculada Conceição.

Beato Antônio Frederico Ozanam (1813-1853):

As pre­cárias condições de vida dos mais pobres de Paris nos anos 1830 inquietavam o coração des­te jovem, nascido em Milão, na Itália, mas que desde os 2 anos vivia em Lyon, na França. Em 1833, com o desejo de “abraçar o mundo em uma rede de carida­de”, fundou, com outros jovens cristãos, a Sociedade de São Vi­cente de Paulo, cujos membros, hoje em diferentes países, visi­tam famílias carentes e cultivam a espiritualidade cristã.

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