O último evento do Papa Francisco antes de se despedir de Portugal, neste domingo, 6, foi o encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude, no Passeio Marítimo Algés, em Oeiras, na região metropolitana de Lisboa.
Após ser acolhido por voluntários representantes dos cinco continentes, o Santo Padre ouviu o testemunho de três voluntários de serviços diferentes na Jornada.
“Durante os preparativos da JMJ pude reconhecer Jesus em meu ministério, dando às pessoas a oportunidade de conhecê-lo. Cada um desses peregrinos que ajudei pode ser alguém cuja vida mudou para sempre porque eles experimentaram esse fascinante amor de Deus na JMJ”, afirmou a alemã Chiara, 18.
O português Francisco, 24, testemunhou que a experiência de servir como voluntário na JMJ o fez pensar em muitas coisas sobre si mesmo e que chega ao fim do evento com o sentido de dever cumprido e com um caminho trilhado com passos de fé. “Caminho esse que, rodeado de Deus e dos outros, sendo eu próprio, coerente com o meu eu dentro e fora da igreja, me permite hoje aqui dizer aquilo que de melhor aprendi, que antes tinha medo de dizer, mas que hoje não tenho mais, e que certamente o digo também dando voz aos jovens aqui presentes: Eu quero ser santo”, afirmou.
Para o também português Filipe, 33, resumir a experiência da JMJ é uma tarefa impossível de fazer. “E isto acontece por um motivo: porque, apesar de ser um encontro de milhares de jovens que celebram a sua fé, é acima de tudo um encontro muito pessoal com o Senhor”, disse o voluntário, acrescentando que pôde reconhecer o Senhor em cada pessoa com quem encontrou. “Tal como nos ensina Santa Teresa de Calcutá, ‘o fruto da fé é o amor; o fruto do amor é o serviço e o fruto do serviço é a paz’”, completou.
Exemplo de serviço
Em seu discurso, o Papa agradeceu aos voluntários por terem trabalhado tanto para tornar possível momentos inesquecíveis. “Trabalharam durantes meses, discretamente, sem ruídos, nem protagonismos, para que todos pudéssemos estar aqui cantando juntos ‘Jesus vive e não nos deixa sós: Não mais deixaremos de amar’”, mencionando o refrão do hino desta JMJ.
O Pontífice afirmou, ainda, que os voluntários deram um exemplo de trabalho em equipe. “Mais que um trabalho, fizeram um serviço. Serviço que fez a Virgem Maria que se levantou e partiu sem demora a servir sua prima Isabel, sentindo a urgência de compartilhar a alegria no serviço”, acrescentou.
“Quem ama não fica de braços cruzados, quem ama serve e corre a servir, a entregar-se ao serviço dos demais. Vocês correram bastantes nesses meses”, ressaltou o Bispo de Roma, compartilhando que, observou voluntários, muitas vezes com o semblante cansado, mas que sempre e tinham “os olhos luminosos” pela alegria do serviço.
“Vocês possibilitaram esta Jornada Mundial da Juventude, fizeram grandes coisas, porém com gestos pequenos, como oferecer uma garrafa de água a um desconhecido e isso cria amizade. Vocês correram muito, mas não uma corrida frenética e sem rumo, que, às vezes, é a que nos pede este mundo. Não! Vocês correram de outro modo: correram uma corrida que leva ao encontro com os demais para servi-los em nome de Jesus… Vocês vieram à Lisboa para servir e não para serem servidos. Obrigado. Muito obrigado!”, salientou o Pontífice.
O Santo Padre enfatizou que os três jovens que, em seus os testemunhos, os três voluntários destacaram seus encontros pessoais com Jesus por meio do serviço. “Esse é o encontro mais importante de nossa vida. Buscar cada dia o encontro pessoal com Jesus é o centro da vida cristã. E tem que renovar a cada dia, para mantê-lo fresco não só na mente, como também no coração”, completou, reforçando que a JMJ ajuda a reorganizar a vida e exortou: “Não tenham medo, dilatem o coração!”
Após o encontro com os voluntários, Francisco seguiu para o aeroporto de Lisboa, onde às 18h15 (14h15 no Brasil) embarcará de volta para Roma.
