População global caminha para atingir o ápice em 2080, mas natalidade continua em queda

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A população global deverá atingir o seu pico ainda no século XXI, antes de começar a diminuir: estas são as conclusões de um novo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dados foram extraídos de cerca de 1,9 mil censos populacionais nacionais registados em 237 países entre os anos de 1950 e 2023.

O relatório concluiu que mais da metade dos países reduziu a taxa de natalidade abaixo do índice de substituição, ou seja, a taxa de nascimentos que manteria a população estável, que é de 2,1 filhos por mulher. Atualmente, a média mundial das taxas de natalidade é de 2,25 nascimentos por mulher, o que significa que a população mundial ainda está a crescer, porém esta taxa já é 1 ponto inferior aos 3,25 registados em 1990 e não se prevê que perdure.

Estudos da ONU mostram um declínio constante e por vezes dramático desde um pico de 5,31 nascimentos globais por mulher, em 1963. Por exemplo, de 1970 a 1980, a taxa de natalidade caiu de 4,82 para 3,74. A atual média global de 2,25 é a taxa de natalidade mais baixa já registrada.

Os dados da população por continente eram quase uniformes nas decrescentes taxas de natalidade. Embora na Ásia, na América Latina e no Caribe fossem significativamente mais elevadas do que na Oceania, na Europa e na América do Norte em 1951, hoje estão em torno de 1,8. A Europa tem a taxa de natalidade mais baixa de qualquer continente, com 1,4 nascimentos por mulher, seguida pela América do Norte, com 1,6.

A África foi o único caso atípico, apresentando um crescimento gradual até meados da década de 1970, ocasião em que iniciou o seu declínio. O continente africano continua a ser o que detém a taxa de natalidade mais elevada do mundo, com 4,07 nascimentos por mulher, mas mesmo assim é muito diferente de 1978, quando houve uma média de 6,69 nascimentos por mulher.

O relatório não indicou soluções para o declínio da população mundial, embora tenha notado que o mundo poderá ver a população atingir o seu pico por volta de 2080.

Em maio, o Papa Francisco falou sobre a população global no evento Estados Gerais de Natalidade. Ele sugeriu que muitos dos problemas do mundo decorrem da falta de esperança: “Na raiz da poluição e da fome mundial não estão o nascimento de crianças, mas as escolhas daqueles que pensam apenas em si mesmos. O delírio de um materialismo cego e desenfreado, de um consumismo que, como um vírus maligno, corrói pela raiz a existência das pessoas e da sociedade”. O Papa Francisco continuou: “O egoísmo torna a pessoa surda à voz de Deus […] os lares ficam cheios de objetos e vazios de crianças, tornando-se lugares muito tristes”.

Fonte: Aleteia em inglês

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