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Protesto expõe a tensão da sociedade portuguesa em relação aos imigrantes que se estabelecem no país

Getty Images/Reprodução

Lisboa, capital de Portugal, foi palco, no dia 17, de um protesto que simboliza um dos maiores problemas da atualidade: a imigração ilegal e suas consequências para o futuro da Europa. 

Centenas de imigrantes, muitos em situação irregular, se reuniram em frente à Assembleia da República, exigindo “documentos para todos” e denunciando o que chamam de “clima de intimidação” contra os estrangeiros. 

A manifestação foi convocada pela Associação Solidariedade Imigrante (Solim), presidida por Timóteo Macedo, conhecido pelo ativismo em defesa de regulariza ções amplas. A pauta central é transformar em residentes legais milhares de imigrantes ilegais que hoje vivem e trabalham sem status jurídico. 

André Ventura, líder do partido Chega, passou pelas escadarias do Parlamento e foi recebido com gritos de “racista” e “fascista”. Ventura respondeu de forma contundente antes de retornar ao plenário: “Este não é um país de burcas”. 

De um lado, associações e partidos de esquerda que defendem inclusão e naturalização em massa; do outro, forças que denunciam uma imigração “descontrolada” que ameaça a identidade nacional. 

Alemanha, Suécia, França, Itália e Reino Unido enfrentam pressões semelhantes, com comunidades islâmicas em rápido crescimento, sobretudo nos grandes centros urbanos. Para os críticos, trata-se de uma “revolução silenciosa”, impulsionada pela alta natalidade de imigrantes e por políticas de regularização que alteram a demografia sem consulta popular. 

A fim de que se mantenha em níveis ideais a reposição da população, a taxa de natalidade adequada é de 2,11 filhos por mulher. Historicamente, nenhuma cultura conseguiu reverter uma taxa de 1,9. Uma taxa de 1,3 é matematicamente impossível de ser revertida. Nos Estados Unidos, essa taxa é de 1,64; no Canadá, 1,4; e no México, 1,88. Nos países europeus, a situação é preocupante, conforme as taxas de fertilidade a seguir: na França, 1,8; na Inglaterra, 1,6; na Grécia e na Alemanha, 1,3; na Itália, 1,2; e na Espanha, 1,1. 

Por outro lado, a taxa de fertilidade dos muçulmanos na França é de 8,1 filhos por mulher. Em grandes cidades do país, 45% da população abaixo de 20 anos de idade é adepta do Islamismo. 

Defensores da imigração respondem que a Europa envelhecida precisa de mão de obra e que a diversidade representa um enriquecimento cultural. Entretanto, a tensão nas ruas mostra que o debate não se resume somente a estatísticas, mas trata-se de identidade cultural e civilizacional, soberania e futuro. 

Fontes: Karina Michelin (Gazeta do Povo) e Elliot Daigneault

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