“É meu dever solene como Presidente declarar uma emergência nacional sobre o abuso de drogas”. Assim, o Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, dirigiu-se à população para anunciar a criação de um grupo de trabalho antidrogas. O novo órgão será responsável pela prevenção e tratamento dos casos de toxicodependência, bem como pelo apoio aos serviços sociais e à aplicação da lei contra o tráfico de drogas.
O Grupo de Trabalho Nacional sobre Drogas, que envolve todos os setores da sociedade e é supervisionado por um grupo consultivo presidencial, deverá implementar uma estratégia de cinco passos para garantir o que o Chefe de Estado chamou de “um futuro sem drogas”.
O uso pesado de drogas, especialmente de ‘Kush’, uma maconha sintética que causa efeitos perigosos à saúde, está tendo efeitos deletérios na sociedade da Serra Leoa. Em outubro, a Caritas Freetown fez um forte apelo ao governo para que agisse “imediatamente, declarando uma emergência sanitária” diante do consumo desenfreado de ‘Kush’. Agora, o Presidente Bio parece ter atendido ao apelo à ação para tentar travar um fenômeno que põe seriamente em perigo a saúde dos serra-leoneses e a estabilidade social da nação.
Sob o nome ‘Kush’ podem, de fato, existir misturas de substâncias diferentes, com efeitos diferentes, mas prejudiciais. Pode incluir, além da cannabis, Fentanil e Tramadol, duas poderosas drogas sintéticas, e até formalina (que pode causar alucinações). A origem dos “ingredientes” do ‘Kush’ é variada. Embora a cannabis seja amplamente cultivada na Serra Leoa, desconfia-se que o fentanil venha de laboratórios clandestinos na China, onde a droga é produzida ilegalmente e enviada para a África Ocidental. Acredita-se também que o tramadol venha de laboratórios ilegais em várias partes da Ásia, e a formalina, recuperada de cadáveres embalsamados.
Fonte: Agência Fides
