Produzida por meio de financiamento coletivo, série já foi vista por mais de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo
A vida de Jesus Cristo já despertou o interesse de inúmeros cineastas e foi retratada diversas vezes nas telas. Algumas dessas produções merecem destaque, como Jesus de Nazaré (1977), do diretor italiano Franco Zeffirelli, e A Paixão de Cristo (2004), dirigida por Mel Gibson. No entanto, recentemente, tem chamado a atenção do público cristão, especialmente dos católicos, a série norte-americana The Chosen (Os escolhidos).
Com efeitos visuais, dramaturgia e fotografia que não ficam longe das séries de sucesso da atualidade, The Chosen conta a história de Cristo a partir dos olhos daqueles que foram escolhidos por ele. Seu enredo parte dos relatos bíblicos da vida de Jesus de Nazaré, complementados com elementos fictícios que ajudam a compreender o contexto e dão personalidade àqueles que o seguiam – como Maria Madalena (Elisabeth Tabish), Simão Pedro (Shahar Isaac), Mateus (Paras Patel) e Nicodemos (Erick Avari) – e o impacto causado neles pelo encontro com aquele que mudou radicalmente suas vidas.
Dirigida por Dallas Jenkins, filho do célebre autor da série de livros “Left behind” (“Deixados para trás”), Jerry Jenkins, The Chosen é uma produção independente lançada pela plataforma de streaming norte-americana VidAngel e pode ser assistida gratuitamente por meio de um aplicativo ou site próprios.
Sucesso
Outra curiosidade é que The Chosen tem superado expectativas e quebrado recordes desde que foi lançada. A série foi produzida por meio de uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding), que arrecadou mais de 11 milhões de dólares de 16 mil investidores. Foi reconhecida como o projeto de mídia que quebrou todos os recordes de produções por meio de crowdfunding em 2018. De acordo com a VidAngel, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo já assistiram à série.
Além dos milhares de apoiadores, a série também tem batido recordes de aceitação e classificação. Ela está na lista das 250 melhores séries de todos os tempos da base internacional de dados sobre cinema, músicas e séries IMDb, ao lado de produções de gigantes do entretenimento como Netflix e HBO.
A primeira temporada conta com o piloto e mais oito episódios que retratam os primeiros milagres e ensinamentos de Jesus. A segunda temporada foi lançada no Domingo de Páscoa, 4, e pretende ter sete episódios, que ressaltam o relacionamento de Jesus com seus discípulos. Além de dirigir, Jenkins também escreve os roteiros da série, em parceria com Ryan Swanson e Tyler Thompson.
Realismo e profundidade
Além da qualidade cinematográfica, a série se destaca pelo fato de Jesus e seus discípulos serem retratados de maneira profundamente humana, permitindo que o espectador se identifique com as personagens e compreenda, com riqueza de detalhes, o significado dos acontecimentos narrados pelos evangelhos.
Maria Madalena, por exemplo, é uma personagem cujo passado é envolto em muitos mistérios e especulações. Os textos bíblicos, de fato, apenas confirmam que ela era aquela da qual Jesus expulsou sete demônios. É sobre essa informação que os roteiristas desenvolveram a narrativa e ajudam a entender o quando foi forte e transformador para ela o encontro com Cristo.
Nesse mesmo contexto, Nicodemos, o chefe dos fariseus que simpatizava com Jesus e o encontrava em segredo para não ser descoberto pelos membros de sua seita, é retratado com ênfase na sua curiosidade em conhecer aquele homem que atraía multidões e realizava milagres. Os gestos de Jesus provocavam nesse mestre da Lei uma inquietação que fazia com que questionasse tudo aquilo que tinha por verdade.
Simão Pedro, por sua vez, é mostrado como quem, de fato, era: um pescador, simples, mas, ao mesmo tempo, impulsivo e perspicaz. A narrativa também ajuda o espectador a compreender como o pregador de Nazaré tocou o jovem pescador a ponto de ele deixar tudo aquilo que tinha de mais essencial em sua vida para segui-lo aonde fosse.
Como surgiu
Em entrevista ao site norte-americano Patheos, Dallas Jenkins, que se descreve como “evangélico que crê na Bíblia”, contou que, anos atrás, havia vídeos curtos sobre a passagens da vida de Jesus para ocasiões como o Natal e a Sexta-feira Santa e se questionava por que nunca houve uma série de várias temporadas sobre a vida de Cristo que realmente tratasse aqueles fatos com profundidade.
O diretor enfatizou sua preocupação em contar uma história que envolvesse, de fato, o espectador com o a história e com a experiência vivida pelos “escolhidos”, a ponto de reconhecerem que são tão humanos como estes e, por isso, também podem segui-lo. “Já no primeiro episódio, quando Jesus nem apareceu ainda, já é possível perceber que não se trata mais de um projeto tradicional em que você apenas pega os versículos da Bíblia e os encena novamente”, afirmou.
Além do roteiro, houve uma grande preocupação com o realismo dos personagens e lugares. “Em termos de elenco, focamos encontrar o melhor intérprete para cada papel. Não procuramos celebridades. Nós nos esforçamos para garantir que somos o mais fiéis possível à localização e à época, de modo que os únicos caucasianos são os soldados romanos”, explicou o diretor ao site Aleteia.
Quanto à locação, foi escolhido o estado americano do Texas, onde foi recriada a cidade de Cafarnaum do tempo de Jesus.
Jesus
O personagem principal da série é retratado da maneira como se imagina que as pessoas que viviam em sua época o viam: um ser humano. Ao contrário dos evangelhos que relatam as experiências e gestos de Jesus já a partir da compreensão que os apóstolos tiveram após os acontecimentos da Paixão, Morte e Ressureição, isto é, em uma perspectiva teológica, The Chosen mostra um Jesus de Nazaré como um homem comum, que comia, bebia, trabalhava, dançava e que interpelava as pessoas em meio aos acontecimentos cotidianos.
É nesse contexto de cotidianidade que Cristo inicia sua vida pública e começa a realizar os primeiros milagres, que intrigam e, ao mesmo tempo, atraem a atenção das multidões e das autoridades da época. Esse é outro aspecto ressaltado na série, a maneira como a comunidade judaica era oprimida pelo Império Romano, o que ajuda a compreender o que representava para aquelas pessoas a espera do Messias libertador e por que nem todos conseguiram compreender logo que esse era o carpinteiro de Nazaré.
Jesus é interpretado pelo ator Jonathan Roumie, católico praticante que afirmou em diversas entrevistas que pôde se aproximar ainda mais de Cristo por meio desse trabalho. Embora tenha dado vida a Cristo na série, o ator relatou que, na verdade, viu-se muito mais no personagem Pedro, identificando-se com suas imperfeições e lutas.
“Pedro era teimoso. Demorou algum tempo na vida para chegar ao ponto em que se humilhava, desistia. Mesmo assim, depois dois anos e meio ou três, ele ainda o nega”, disse Roumie ao site Patheos, acrescentando: “Só pela graça de Deus nos levantamos de novo, como Pedro fez. Nisso é o que a fé em Jesus Cristo realmente consiste”.
Apostolado
O sucesso nas telas atraiu muitos seguidores para Roumie nas redes sociais. Sua interação com o público, porém, vai além da relação entre astro e fãs. Nesse período de pandemia, ele apresentou aos seus seguidores do Instagram a devoção à Divina Misericórdia, rezando o Terço da Misericórdia com o público para alimentar a esperança nesses tempos difíceis. Ele afirmou que, acima de tudo, a oração o ajuda a manter o foco na “missão de Cristo, a missão de tudo o que é bom para mim”, afirmou.
Dallas Jenkins acredita que anunciar o Evangelho de Cristo é urgente, sobretudo em tempos de pandemia. Por esse motivo, a série continuará disponível gratuitamente.
O diretor deseja produzir sete temporadas, contando todo o ministério de Jesus até a morte e ressurreição.
Como assistir? A melhor forma de assistir à série é instalando o aplicativo oficial do projeto. Busque por “The Chosen” na Apple Store, para dispositivos da Apple (iPhone, iPad), ou no Google Play, para dispositivos com o sistema Android. Com o aplicativo, é possível transmitir as imagens para TV através de dispositivos como Roku, Apple TV, Fire TV ou Chromecast. A série tem dublagem e legendas em português. Também é possível assistir à série diretamente pelo site da VidAngel, com áudio original.
É a minha série preferida de todos os tempos, ela me ajudou a entender a “cronologia” dos acontecimentos bíblicos, através de sua continuidade, coisa que, como o autor menciona, não era facilmente encontrado; sou protestante, amo, sobretudo, Jesus e essa serie me ajudou a entender e, dessa forma, estar mais perto dEle, estou grata à produção.
Essa série me fez entender a história de Cristo e a sua mensagem.estou muito grata a produção
a humanidade de Cristo é muito bem retratada na série. A gente se sente mais próxima daqueles acontecimentos e entende melhor o contexto social da época.
e exatamente assim que imagino Jesus qua do leio as escrituras u. Jesus simples , brincalhão, de bem com vida que vibra com seu povo um Jesus maravilhosa e humano
Assistindo e amando … nenhum fato criado, nada fantasioso … baseado na santa escritura, de forma clara e cotidiana e desvendando o lado humano de Jesus …
Perfeita demais, me sentindo mais perto do papai do ceu🙏
A série, a história em si demonstra a visão dos apóstolos, a qual nós nem imaginava é a versão da inversão, porque não era perceptível ao olho nu..
Excelente sensacional!