‘A lei civil não torna boa uma ação que contraria a Lei de Deus’

Durante o programa “Diálogos de Fé”, do domingo, 23, transmitido pelas mídias sociais da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho (AM 1.600kHz), o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, respondeu, como de costume, a questões enviadas pelos internautas.

Dom Odilo iniciou a transmissão recordando que, no 4º domingo de agosto, se celebra a vocação dos leigos. “Todos os batizados são vocacionados, em primeiro lugar, a serem membros da Igreja, filhos de Deus, discípulos de Jesus Cristo, e a fazerem a sua parte na vida e na missão eclesial”, afirmou.

DEFESA DA VIDA

Em seguida, o Cardeal passou a responder às perguntas daqueles que acompanhavam a transmissão ao vivo. Algumas dessas foram relacionadas ao tema do aborto e da defesa da vida humana, devido aos recentes fatos acontecidos envolvendo uma menina de 10 anos, que fora abusada por um tio por anos, engravidou, e foi submetida a um aborto quando já estava quase no sexto mês de gravidez.

O Cardeal lamentou que um caso tão sério e triste tenha tido o fim que teve e servido de “bandeira” de grupos militantes e antagônicos. “Infelizmente, foi um fato tão lamentável, originado em situações tão deploráveis, que acabou sendo ocasião de manifestações absolutamente tristes e descabidas”.

‘NÃO MATARÁS’

Respondendo à questão de Jovelina Magalhães sobre como pode haver uma legislação que permite que uma vida inocente seja morta para compensar outro crime, o Cardeal Scherer reforçou que a Igreja Católica tem uma firme posição pela defesa da vida, com base no que diz o quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás”.

“A lei civil é feita com outra lógica, com base no conceito daqueles que fazem as leis. Nós baseamos as nossas convicções na Lei de Deus, que ordena: ‘Não matarás’”, salientou Dom Odilo, reconhecendo que, de fato, a legislação civil não penaliza o aborto em algumas situações. Entretanto, ele sublinhou que uma lei que permite matar uma vida inocente gestada no ventre da mãe é injusta, contraria a Lei de Deus e, portanto, trata-se de um problema moral e de consciência. “A lei civil não torna boa uma ação que contraria a Lei de Deus. Tenhamos bem claro isso”, frisou.

O Arcebispo explicou, ainda, que a doutrina da Igreja reconhece que, em situações de grave ameaça à vida, existe a possibilidade da legítima defesa; contudo, como último e inevitável recurso para salvar a própria vida. “Não é quando alguém simplesmente está me ameaçando e, então, vou atrás dele e mato. Não pode! Para a Igreja, a defesa da vida é intocável”, enfatizou.

(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)

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