Após restauro, sinos da Igreja São Cristóvão são reinaugurados

O bairro da Luz, na região central de São Paulo, voltou a ouvir o som dos sinos da histórica Igreja São Cristóvão, reinaugurados na quinta-feira, 26 de novembro.

Após passarem por restauro, os quatro sinos foram abençoados em uma missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A tarefa de restauro foi feita pela Fábrica de Sinos de Piracicaba e patrocinada pelo Grupo Comolatti. Foi realizado um trabalho de limpeza dos sinos e pintura do cavalete de sustentação, além da instalação de um novo sistema de automação. São quatro sinos, sendo o menor com 56kg e o maior com 155kg.

“Na metrópole, em meio ao barulho de tantas vozes, temos que fazer o possível para que a presença da Igreja seja percebida. Nós estamos aqui”, afirmou Dom Odilo, ao falar do valor simbólico dos sinos. “O sino é um sinal da voz de Deus que chama, que toca as consciências para a vivência da fé”, acrescentou o Arcebispo, recordando que esse templo católico compõe a memória histórica dessa região da cidade, que também conta com o Mosteiro da Luz, a Pinacoteca do Estado e a Estação da Luz.

Símbolo histórico

Construída em 1856, esta igreja foi durante muitos anos a Capela do Seminário Episcopal. Em 1940, passou a ser a matriz da recém-criada Paróquia São Cristóvão. Após passar por um restauro, o templo foi reinaugurado em 28 de abril de 2001. Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no terreno da igreja, o que faz da matriz uma fonte de inspiração para os pesquisadores da história de São Paulo.

Padre José Arnaldo Juliano, Pároco desde fevereiro, explicou ao O SÃO PAULO que, quando tomou posse da Paróquia, a matriz passava por alguns problemas estruturais, como infiltrações no teto, nas paredes e no telhado. “No dia 19 de março, eu recebi uma generosa doação de uma família, com a qual pudemos fazer os reparos estruturais. Agora vamos partir para a reforma da nave da igreja, a cúpula e depois a fachada.”

Campo de missão

Quanto aos desafios pastorais, Padre José Arnaldo recordou que, logo que chegou à Paróquia, foi decretada a quarentena na cidade. Segundo os dados do Censo de 2010, a Paróquia abrange uma população de 13,5 mil pessoas. No entanto, o Pároco acredita que esse número tenha aumentado, sobretudo com a recente construção de prédios residenciais.

“Agora, realizamos o trabalho de ir ao encontro dessas pessoas. Tenho feito contato com as famílias, convidando-as para as celebrações e me colocando à disposição para atendimentos. Também fiz amizade com quase todos os porteiros dos prédios, que me indicam os católicos e distribuem os folhetos informativos das atividades da comunidade”, contou o Padre.

O Pároco destacou, ainda, que os casais e jovens estão se aproximando aos poucos e, inclusive, há um grupo de Catequese para adultos ao qual ele mesmo ministra. “Pastoralmente, é uma região de missão. As pessoas necessitam de referência de comunidade para que alimentem o sentido de pertença. Nesse sentido, a reativação dos sinos será de grande ajuda para recordá-los de que aqui é a casa deles”, completou.

Tradição

Os sinos da Igreja São Cristóvão não soavam havia 15 anos, até que “a providência divina e a generosidade da família Comolatti”, como ressaltou Padre José Arnaldo, possibilitaram que eles fossem restaurados.

“Já virou uma tradição do Grupo Comolatti patrocinar o restauro dos sinos de igrejas em São Paulo. Isso começou há mais de dez anos, com um pedido de Dom Odilo. Depois disso, nosso presidente, Sergio Comolatti, gostou da iniciativa e, desde então, todos os anos, patrocinamos o restauro dos sinos de uma igreja”, contou o diretor comercial da empresa, Conrado Comolatti Ruivo.

Em 12 anos, já foram 14 igrejas que tiveram seus sinos restaurados, entre as quais as igrejas matrizes das paróquias São Vito, Bom Jesus do Brás, Nossa Senhora da Paz e Nossa Senhora do Brasil. Também foram restaurados os campanários da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Basílica do Mosteiro de São Bento. Em 2010, o grupo empresarial patrocinou o restauro do carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina.

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2 Comentários
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Felipe Barros
Felipe Barros
2 anos atrás

Um ano depois dessa inauguração vem o maldito TJSP limitar badaladas dos sinos da cidade e cadê a galera que se diz católica nessa cidade para ir às ruas??

Felipe Barros
Felipe Barros
2 anos atrás

Sinto uma raiva enorme, de uma cidade que se diz a terra da cultura e não respeita a história de seus primeiros moradores que são os católicos graças ao Padre São José de Anchieta e mais ainda de “católicos” omissos de mais para não irem as ruas do centro e tocarem os sinos de suas igrejas em manifestação, contra o absurdo deles terem que tocar apenas por 60 segundos: em meio a uma cidade agitada por barzinhos de madrugada, pancadões de sodomia nas periferias, sons de veículos de escapamento torcido, algazarra para cá e algazarra para lá. Por que que ninguém fala logo pro Papa Francisco criar logo o Dia mundial dos Sinos nessa desgraça para o terror desses porcos seculares de orelhinhas doídas com as badaladas deles??