Bispo da ‘igreja clandestina’ é novamente preso na China

Dom Agostino Cui Tai, 70, é auxiliar na Diocese de Xuanhua, criada pela Santa Sé em 1946, mas agregada a outra pelo Partido Comunista Chinês, em 1980, sem o consentimento do Vaticano

O Bispo chinês da “Igreja clandestina” Dom Agostino Cui Tai, 70 anos, foi novamente preso pela polícia na sexta-feira, 19, segundo fiéis da diocese de Xuanhua na China.

(Crédito: Asia News)

Dom Agostino foi liberto da prisão em janeiro deste ano, na ocasião do novo ano chinês e, talvez devido à pandemia, pôde permanecer com sua família ate junho. Esse período de liberdade de cinco meses foi o maior concedido ao Prelado, que tem sido preso em diversas ocasiões por longos intervalos desde 2007.

Apesar de a lei chinesa prever a necessidade de um processo judicial para qualquer prisão, o Bispo tem sido detido sem a existência formal de qualquer acusação ou processo.

“É uma vergonha que uma pessoa tão doce como Dom Augustino seja tratado dessa maneira, mesmo contra a lei chinesa”, reclamou um fiel. “A sua prisão se tornou uma rotina e não permite que o bispo celebre e cuide de seu rebanho. Nosso pastor transformou-se num cordeiro imolado”, continuou.

Desde 2007, o Prelado tem sido sequestrado em centros de detenção secretos, em hotéis ou levado para “férias” forçadas sob a escolta de oficiais do governo. Além disso, permaneceu por um período num campo de trabalho forçado.

Normalmente, Dom Agostino é liberto no ano novo chinês e em outro feriado do país, quando lhe é permitido ir à sua casa para uma pequena visita à sua irmã mais velha. No resto do ano, ele sempre está sob a guarda e controle do governo.

Dom Agostino foi ordenado sacerdote em 1990 e, em 2013, foi sagrado bispo auxiliar da Diocese de Xuanhua, cujo bispo titular, Dom Tommaso Zhao Kexun, atualmente tem 96 anos de idade.

A Diocese de Xuanhua foi criada pela Santa Sé em 1946, mas, em 1980, o governo chinês estabeleceu a Diocese de Zhangjiakou, ligada ao Partido Comunista, que juntou a Diocese de Xuanhua e de Xiwanzi. A Diocese de Zhangjiakou não foi reconhecida pela Vaticano.

A Diocese de Hong Kong regularmente pede ao governo chinês a liberdade de Dom Augustino. Os pedidos nunca foram respondidos.

(Com informações de Asia News)

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Gisleno nogueira
Gisleno nogueira
3 anos atrás

Nada se ver na mídia brasileira contra a perseguição dos católicos na china. Onde a igreja é vista como concorente do partido comunista.

Fernando Bonafé Gonçalves
Fernando Bonafé Gonçalves
3 anos atrás

A China hoje é a maior publicadora de Bíblias católicas e protestantes e produtora de imagens sacras do mundo.Contudo, é um dos países que mais persegue a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.Nossas orações aos perseguidos e a quem nos perseguem são válidas diante de Nosso Pai, mas da próxima vez que for adquirir um item desses, por menor que seja, pense naquilo que acontece lá.