Dom Odilo: amar os inimigos é um exercício de virtude e de renúncia

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa nesta quinta-feira, 10, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Na homilia, Dom Odilo refletiu sobre a primeira leitura (1Cor 8,1b-7.11-13), na qual São Paulo aborda o tema do escândalo relacionado ao consumo da carne de animais oferecidos em sacrifício aos ídolos.

O Apóstolo esclareceu “um ídolo não é nada no mundo, e que Deus é um só” e, por isso, não há problema em consumir tais alimentos. Contudo, ele reconheceu que nem todas as pessoas têm consciência de que tais sacrifícios não têm valor e, por isso, ele aconselhou que, se ainda for motivo de escândalo, é melhor não comer a carne desses animais.

DESPRENDIMENTO E GENEROSIDADE

O Cardeal Scherer destacou que essa leitura convida a uma reflexão sobre quais seriam os limites para afirmação dos direitos particulares, que, ao contrário dos direitos essenciais e universais, podem ser renunciados como gesto de desprendimento e generosidade pelo outro.

“A afirmação do nosso direito privado deve também levar em conta o próximo, sem que coloque um peso sobre o outro”, reforçou o Arcebispo, acrescentando que, em alguns casos, nem se trata de direitos, mas de apenas “gostos ou caprichos”.

Já no Evangelho (Lc 6,27-38), Jesus dá uma série de conselhos relacionados à convivência humana, dentre os quais: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam”.

O Senhor também exortou: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado”. Em seguida, Jesus completou: “com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

Dom Odilo reconheceu que essa não é uma tarefa fácil, mas é um exercício de virtude e de renúncia.  “Que Deus nos ajude a vivermos segundo o Evangelho e a sermos discípulos de Jesus Cristo no convívio com o próximo”, concluiu.

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