‘Invocar Maria nos momentos de sofrimento é refugiar-se no consolo da mãe’

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela se sua residência, a missa desta terça-feira, 15, memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores. A Eucaristia foi transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Na homilia, Dom Odilo recordou que a Virgem Maria participou das dores de Jesus pela redenção da humanidade e, como narra o Evangelho do dia (Jo 19,25-27), permaneceu de pé diante de seu Filho na Cruz.

“A rejeição a perseguição sofrida pelo Filho de Deus era também sentida por ela… Maria padeceu das dores de Jesus não no corpo, mas na alma, como havia profetizado Simeão, no templo: ‘teu coração será traspassado como por uma espada’”, destacou o Cardeal.

COMPAIXÃO

O Arcebispo ressaltou, ainda, que a atitude de Maria é um exemplo de como todo cristão deve se comportar diante da paixão de Cristo e, ao mesmo tempo, é sinal da certeza de que ela permanece firme junto de cada pessoa que carrega as cruzes da vida. “Invocar Maria nos momentos de sofrimento é refugiar-se no consolo da mãe. Devemos renovar a nossa confiança em Maria para interceder junto às nossas cruzes”, sublinhou.

Dom Odilo também recordou que cada cristão deve seguir o exemplo de Maria e compadecer-se de todos aqueles que carregam pesadas cruzes. “Que não fiquemos insensíveis diante da dor do próximo e, ao mesmo tempo, procuremos a superação das muitas situações de sofrimento dos irmãos”, completou.

Por fim, o Cardeal reforçou que este dia é uma ocasião propícia para manifestar a devoção mariana, sobretudo por meio da oração do Terço, se possível, em família.

SEQUÊNCIA

A liturgia deste dia apresenta a Sequência de Nossa Senhora das Dores, hino devocional composto no século XIII. Leia:

De pé a Mãe dolorosa, junto da cruz, lacrimosa, via Jesus que pendia.
No coração transpassado sentia o gládio enterrado de uma cruel profecia.
Mãe entre todas bendita, do Filho único, aflita, à imensa dor assistia.

E, suspirando, chorava, e da cruz não se afastava, ao ver que o Filho morria.
Pobre mãe, tão desolada, ao vê-la assim transpassada, quem de dor não choraria?
Quem na terra há que resista, se a mãe assim se contristaante uma tal agonia?

Para salvar sua gente, eis que seu Filho inocente suor e sangue vertia.
Na cruz por seu Pai chamando, vai a cabeça inclinando, enquanto escurece o dia.
Faze, ó Mãe, fonte de amor, que eu sinta em mim tua dor, para contigo chorar.

Faze arder meu coração, partilhar tua paixão e teu Jesus consolar.
Ó santa Mãe, por favor, faze que as chagas do amorem mim se venham gravar.
O que Jesus padeceu venha a sofrer também eu, causa de tanto penar.

Ó dá-me, enquanto viver, com Jesus Cristo sofrer, contigo sempre chorar!
Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus, e o teu pranto enxugar.
Virgem Mãe tão santa e pura, vendo eu a tua amargura, possa contigo chorar.

Que do Cristo eu traga a morte, sua paixão me conforte, sua cruz possa abraçar!
Em sangue as chagas me lave-me no meu peito se gravem, para não mais se apagar.
No julgamento consegue que às chamas não seja entregue quem soube em ti se abrigar.

Que a santa cruz me proteja, que eu vença a dura peleja, possa do mal triunfar!
Vindo, ó Jesus, minha hora, por essas dores de agora, no céu mereça um lugar.

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