Presidente da República foi um dos 40 líderes mundiais e chefes de estado a participar do evento, este ano realizado de modo on-line
Termina nesta sexta-feira, 23, a Cúpula de Líderes sobre o Clima, na qual mais de 40 lideranças globais e chefes de estado têm anunciado compromissos em relação à preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável nesta primeira metade do século XXI. O evento on-line, organizado pelo governo dos Estados Unidos, é considerado uma prévia dos temas que estarão em destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia, em novembro.
Participante do evento, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro assegurou, na quinta-feira, 22, que o País irá zerar o desmatamento ilegal até o ano de 2030, a partir da plena aplicação do Código Florestal.
Também reafirmou o compromisso, que já fizera anteriormente, de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa. Esse percentual de corte é relativo ao total emitido pelo País no ano de 2005.
“Renovo, hoje, essa credencial, respaldada tanto por nossas conquistas até aqui quanto pelos compromissos que estamos prontos a assumir perante as gerações futuras”, afirmou Bolsonaro, que ressaltou o fato de o Brasil ser o detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agroambiental, e estar na vanguarda do enfrentamento ao aquecimento global.
“O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais”, enfatizou.
Em números absolutos, o corte de 43% nas emissões permitirá que o país emita em 2030 até 1,2 bilhão de tonelada destes gases. A manutenção do percentual tem causado polêmica, já que houve uma revisão, para cima, dos números previstos na meta original do Acordo de Paris. Assim, na prática, os 43% podem significar uma emissão superior à 1,2 bilhão de tonelada.
De acordo com o presidente, o Brasil conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com renovados investimentos em energia solar, eólica, hidráulica e biomassa; e é pioneiro na difusão de biocombustíveis renováveis, como o etanol.
Bolsonaro também lembrou que a agricultura brasileira é uma das mais sustentáveis do mundo: “No campo, promovemos uma revolução verde a partir da ciência e inovação. Produzimos mais utilizando menos recursos, o que faz da nossa agricultura uma das mais sustentáveis do planeta”.
Conservação ambiental
O Presidente também comentou sobre o trabalho do Brasil na conservação ambiental: “Temos orgulho de conservar 84% de nosso bioma amazônico e 12% da água doce da Terra. Como resultado, somente nos últimos 15 anos evitamos a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera”.
Bolsonaro ainda reiterou que o país é um dos poucos em desenvolvimento a adotar metas absolutas de redução de emissões inclusive para 2025, de 37%, e de 43% até 2030. “Nesse sentido, determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em 10 anos a sinalização anterior.”
O chefe de Estado brasileiro observou, ainda, que as medidas de conservação não deixam de lado o desenvolvimento sustentável da Amazônia, valorizando efetivamente a floresta e a biodiversidade. Ele assegurou que irá fortalecer os órgãos ambientais, duplicando recursos para fiscalização.
“Devemos enfrentar o desafio de melhorar a vida dos mais de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, região mais rica do país em recursos naturais, mas que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano. A solução desse ‘paradoxo amazônico’ é condição essencial para o desenvolvimento sustentável da região”, ponderou.
Cooperação internacional
Bolsonaro disse ainda que é preciso contar com apoio para cumprir as metas e reiterou que o Brasil está aberto à cooperação internacional. “Diante da magnitude dos obstáculos, inclusive financeiros, é fundamental poder contar com a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas.”
“É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação”, declarou o presidente da República.
Fontes: G1, Agência Brasil e Site do Planalto