Nomeado Patriarca em 25 de outubro, até então, Dom Pierbattista Pizzaballa, exercia o ofício de Administrador Apostólico do Patriarcado
Na quarta-feira, 28, com um rito simples, mas muito simbólico, o Papa Francisco impôs o pálio ao Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice recitou o Pater noster com o novo Patriarca e depois confiou sua missão à Nossa Senhora, com a Ave Maria.
Italiano, Dom Pierbattista será o décimo Patriarca, após a restauração do Patriarcado Latino de Jerusalém em meados de 1800. Nomeado Patriarca em 25 de outubro, até então, Pizzaballa exercia o ofício de Administrador Apóstólico do Patriarcado.
O pálio é usado sobre os paramentos litúrgicos, que simboliza o vínculo dos arcebispos metropolitanos com o Bispo de Roma. A faixa de lã branca, com seis cruzes negras de seda, é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de janeiro, e simboliza o Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a sua própria vida, como recordam as cruzes negras bordadas.
CAMINHANDO JUNTOS
O novo Patriarca terá que enfrentar, no âmbito social, problemas conhecidos, como o conflito israelense-palestino, as dificuldades econômicas, um Estado social muito frágil, especialmente, em algumas partes do território. Além disso, há novos desafios, como os provocados pela pandemia que estão piorando as condições que já eram precárias e, segundo ele, chegaram ao limite.
Pizzaballa salientou que sua nova missão não será solitária: envolverá leigos, sacerdotes, seminaristas, religiosos e diáconos. “O Bispo não deve ocupar os espaços, mas criá-los”, afirmou acrescentando que ele deve ser um elemento de unidade e deve fazer com que “o rebanho, a comunidade, se reúnam”.
INICIO DA CAMINHADA
Dom Pierbattista nasceu em 21 de abril de 1965, em Cologno al Serio, Província de Bergamo. Acolhido no Seminário Menor da Província Franciscana de Cristo Rei, em Bolonha, em 1976, fez a profissão perpétua em Bolonha em 14 de outubro de 1989.
Após o seu primeiro ciclo de estudos filosófico-teológicos, obteve a sua licenciatura em Teologia no Pontifício Ateneu Antonianum de Roma. Em 27 de janeiro de 1990, foi ordenado diácono e, em 15 de setembro de 1990, presbítero, na Catedral de Bolonha.
MISSÃO NA TERRA SANTA
Dom Pierbattista chegou à Custódia da Terra Santa no dia 7 de outubro de 1990 e concluiu os seus estudos de especialização no Studium Biblicum Franciscanum, de Jerusalém, em 1993. Em seguida, foi professor de hebraico bíblico na Faculdade Franciscana de Ciências Bíblicas e Arqueológicas de Jerusalém.
O Frei começou o seu serviço na Custódia da Terra Santa no dia 2 de julho de 1999. Em 9 de maio de 2001, foi nomeado Guardião do Convento dos Santos Simeão e Ana em Jerusalém. Envolvido no cuidado pastoral dos fiéis católicos de expressão judaica, foi nomeado Vigário Patriarcal em 2005 até 2008. O Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores elegeu-o Custódio da Terra Santa e Guardião do Monte Sião em maio de 2004, cargo que desempenhou até abril de 2016.
No dia 24 de junho de 2016, o Santo Padre Francisco o nomeou-o Arcebispo Titular de Verbe e Administrador Apostólico, da Diocese Patriarcal de Jerusalém dos Latinos. Em 10 de setembro foi ordenado Bispo na Catedral de Bergamo.
PATRIARCADO LATINO
O Patriarcado Latino de Jerusalém tem jurisdição sobre a Palestina, Israel, Jordânia e Chipre, sendo subordinado à Santa Sé. O título de Patriarca Latino de Jerusalém é atribuído ao Arcebispo Latino de Jerusalém. Atualmente, é o único arcebispo latino com a dignidade de Patriarca que não é metropolita, e ao lado do Patriarca das Índias Orientais, são as únicas dignidades patriarcais eclesiásticas concedidas fora da Europa.
A sede da Arquidiocese é a Igreja do Santo Sepulcro, na Jerusalém Velha. Ao contrário dos Patriarcas das Igrejas de rito oriental, o título de Patriarca de Jerusalém é meramente honorífico, estando sujeito ao Papa e usando o rito romano, tal como sucede com os Patriarcas de Veneza e de Lisboa, mas, diferente destes, o Patriarca de Jerusalém não se torna Cardeal no primeiro consistório após a sua nomeação, tal como ocorre com o Patriarca das Índias Orientais.
CUSTÓDIA DA TERRA SANTA
Em 2017, comemorou-se os 800 anos da presença da Ordem dos Frades Menores (franciscanos) na Terra Santa. Em uma região historicamente marcada por conflitos e guerras, esses religiosos têm enfrentado perseguições e até o martírio, não apenas para preservar os lugares sagrados por onde Jesus passou, mas também para manterem vivas a tradição e a fé no berço do Cristianismo.
A Custódia da Terra Santa, como é chamada a instituição da Igreja Católica mantida pelos franciscanos, é responsável pelo cuidado da maioria dos lugares santos na Palestina, em Israel, na Jordânia, na Síria, no Chipre, em Rhodes e no Egito.
(Com informações de Vatican News)
