O Papa Francisco despediu-se do Iraque na manhã desta segunda-feira, 8, concluindo a histórica viagem apostólica iniciada na sexta-feira, 5.
Após deixar a Nunciatura Apostólica onde logo cedo rezou uma Missa de forma privada, o Pontífice se dirigiu ao Aeroporto Internacional de Bagdá para a cerimônia de despedida. Francisco foi acolhido pelo presidente da República Barham Ahmed Salih Qassim, acompanhado pela esposa, onde conversaram por alguns minutos.
Em uma publicação no Twitter, o presidente manifestou gratidão pela visita do Papa: “Saudamos Sua Santidade Papa Francisco, que foi nosso hóspede em Bagdá, Najaf, Ur, Nínive e Erbil, trazendo uma grande mensagem de humanidade e solidariedade com o nosso país. A sua presença, sinal de paz e amor, permanecerá para sempre nos corações de todos os iraquianos”.
Após saudar as delegações, o Papa Francisco embarcou no voo A330 da Alitália, que decolou com destino a Roma. Do alto da escada, acenou para o presidente e demais presentes na pista.
Visita esperada
Nesses três dias intensos, o Santo Padre visitou Bagdá, Najaf, Ur, Mosul, Qaraqosh, Erbil, onde pôde tocar com a mão e o coração pessoas e locais que conheceram o sofrimento, com os tantos anos de guerras e conflitos sectários. “Ouvi vozes de sofrimento e angústia, mas ouvi também vozes de esperança e consolação”, disse ao final da missa celebrada no domingo, 7, assegurando suas orações “por este amado país”, e convidando todos a trabalharem juntos e unidos por um futuro de paz e prosperidade que não deixe ninguém para trás, nem discrimine ninguém.
Há muito o Papa esperava por essa visita. “Esperei com impaciência esse momento!”, confidenciou à comunidade de Qaraqosh, reunida na Igreja da Imaculada Conceição, Planície de Nínive. “Vou como peregrino, como peregrino penitente, para implorar perdão e reconciliação do Senhor depois de anos de guerra e terrorismo, para pedir a Deus consolo para os corações e cura para as feridas”, havia destacado na mensagem aos iraquianos no dia anterior à viagem. Feridas especialmente da Igreja mártir, bem como de outras minorias, que com a visita receberam o bálsamo do “carinho afetuoso de toda a Igreja” por meio da presença do Sucessor de Pedro, e que “os encoraja a seguir em frente”. “Deixemo-nos contagiar por esta esperança, que nos encoraja a reconstruir e a recomeçar!”
Caminho da fraternidade
Como “peregrino da esperança” e “mensageiro da paz”, o Papa também deu o exemplo do diálogo, tão necessitado em um país dilacerado, ao encontrar o clérigo xiita Al-Sistani e conseguir reunir em Ur – terra de Abraão, pai das três religiões monoteístas – representantes de grande parte das religiões presentes no Iraque.
“Desta terra, há milênios, Abraão começou a sua viagem. Hoje cabe a nós continuá-la, com o mesmo espírito, caminhando juntos pelos caminhos da paz! Por esta razão, invoco sobre vocês toda a paz e a bênção do Altíssimo. E peço a todos vocês que façam o mesmo que Abraão: caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para as estrelas”.
(Fonte: Vatican News)