‘Quem promove o ódio em nome da fé cristã não compreendeu nada do Evangelho’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela de sua residência, a missa da memória litúrgica de São João Paulo II, nesta quinta-feira, 22. A Eucaristia foi transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Karol Józef Wojtyła nasceu em 1920 em Wadowice, na Polônia. Ordenado Sacerdote, continuou os seus estudos teológicos em Roma, depois dos quais regressou ao seu país onde exerceu diversos cargos pastorais e universitários. Foi nomeado Bispo auxiliar de Cracóvia, e em 1964 Arcebispo do mesmo lugar. Participou do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965)

Eleito Papa em 16 de outubro de 1978, adotou o nome de João Paulo II. Distinguiu-se pela solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo.

Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canônico para a Igreja latina e oriental. Morreu em Roma, a 2 de abril de 2005, na vigília do 2º Domingo de Páscoa, Festa da Divina Misericórdia.

“São João Paulo II é um santo muito próximo de nós. Queremos agradecer a Deus por todo bem que São João Paulo II fez pela Igreja, pela humanidade. Que isso continue a frutificar abundantemente em todo o mundo”, afirmou Dom Odilo, no início da celebração.  

SEMEAR A PAZ

Na homilia, o Cardeal meditou sobre o trecho do Evangelho do dia (Lc 12,49-53), no qual Jesus afirma que veio para “lançar fogo sobre a terra” e a divisão.

O Arcebispo explicou que, embora as palavras de Cristo pareçam ser contraditórias com todos os seus ensinamentos, na verdade, o Senhor se refere às consequências sofridas por aqueles que escolhem seguir o Evangelho.

Nesse sentido, Dom Odilo recordou as muitas pessoas que não têm liberdade para professar a sua fé e são vítimas de perseguição e até a morte. “Jesus não quer a divisão, mas quem estiver com Ele poderá ser odiado e perseguido pelas pessoas”, enfatizou.

O Cardeal alertou, ainda, que esse trecho não pode ser compreendido de forma isolada do conjunto do Evangelho. “Jesus não veio trazer violência, incentivar guerra, ódio e divisão”, disse, acrescentando: “Quem promove o ódio em nome da religião, sobretudo da fé cristã, não compreendeu nada do Evangelho. Isso deve ser superado”.

“Que Deus sejamos sempre os discípulos daquele que promoveu a paz, para que todos sejam irmãos”, concluiu.

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários