Papa: Assunta em corpo e espírito, Maria é esperança do Paraíso

Do céu, Maria nos dá o exemplo da “meta” a ser alcançada. Assim refletiu o Papa Francisco na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no sábado, 15. Na oração do Angelus, ele falou sobre essa tradicional festa da Igreja, que celebra o dia em que Maria, Mãe de Deus, subiu ao céu não só em espírito, mas também em corpo. “Maria colocou o pé no Paraíso: não foi só em espírito, mas também com o corpo, com a totalidade de si mesma”, recordou o Papa. “Esse passo da pequena Virgem de Nazaré foi um grande salto avante da humanidade”, pois “um de nós vive no Céu com o corpo, e isso nos dá esperança”.

Papa Francisco: ‘Maria brilha como sinal de segura esperança e de consolação pelo Povo de Deus’

SENTIDO DESSA FESTA

A festa da Assunção é celebrada tanto na Igreja do Ocidente quanto do Oriente (os cristãos orientais falam de “dormição” de Maria). Para a Igreja Católica, ela foi instituída pelo Papa Pio XII, em 1950, que proclamou a assunção como dogma de fé. “Terminado o curso de sua vida terrena, [ela] foi assunta à glória celeste em alma e corpo”, diz o texto da constituição apostólica Munificentissimus Deus. Portanto, cristãos em todo o mundo creem que Maria, por ser preservada do pecado, terminou sua vida sendo levada aos céus para que cumprisse plenamente a promessa de seu Filho, Jesus, “tornando-se sinal de consolação e segura esperança para a igreja Papa: Assunta em corpo e espírito, Maria é esperança do Paraíso Filipe Domingues Especial para O São Paulo peregrina”, conforme reza o Missal Romano. A Assunção de Maria antecipa o que a Igreja define como “ressurreição da carne”, ou seja, a noção de que no fim dos tempos todos serão unidos ao seu corpo. Conforme descreve o site italiano Familia Cristiana, a solenidade pode ser considerada a principal festa mariana, pois celebra sua entrada no Paraíso.

O QUE NOS ACONSELHA MARIA?

No Angelus, ainda no sábado, o Papa Francisco comparou a chegada de Maria aos céus com uma das maiores conquistas humanas, que é a ida do homem à Lua. Citando a constituição dogmática do Concílio Vaticano II, Lumen gentium, firmada pelo Papa Paulo VI, ele disse que “Maria brilha como sinal de segura esperança e de consolação pelo Povo de Deus em caminho”. Isso porque, “em Maria, a meta é alcançada e nós temos, diante dos olhos, o motivo para o qual caminhamos: não para conquistar coisas aqui de baixo, que desaparecem, mas para conquistar a pátria lá de cima, que é para sempre”. Francisco lembra, ainda, as primeiras palavras de Maria no Evangelho: “A minha alma magnifica o Senhor” (Lc 1,46). E explica que “magnificar” quer dizer “engrandecer, fazer grande”. Por isso, “Maria engrandece o Senhor”. “Quantas vezes nós nos deixamos dominar pelas dificuldades e absorver pelos medos! Nossa Senhora não, porque coloca Deus como primeira grandeza da vida”, disse o Pontífice.

“A alegria [de Maria] nasce da presença de Deus que nos ajuda, que é próximo a nós. Porque Deus é grande e, sobretudo, porque olha para os pequenos.” Francisco convidou a Igreja a nunca esquecer de agradecer a Deus “pelas grandes coisas que realiza”, como fez Maria, pelo menos uma vez ao dia. “‘Bendito é o Senhor’ é uma pequena oração de louvor. Isso é louvar o Senhor”, acrescentou. “O coração, com essa pequena oração, se dilatará, a alegria aumentará.

MÃE DA ESPERANÇA

O Papa também mencionou o título “Mãe da esperança” atribuído a Maria e que ele mesmo incluiu nas ladainhas. “Invocamos a sua intercessão por todas as situações no mundo que mais têm sede de esperança: esperança de paz, de justiça, esperança de uma vida digna”, disse. O Papa rezou, em especial, pelas vítimas de ataques terroristas na Nigéria. Ele também demonstrou preocupação com a instabilidade social no Egito, na Etiópia e no Sudão. No domingo, Francisco declarou que continua rezando pelo Líbano, onde recentemente uma explosão deixou centenas de mortos e milhares de feridos. Ele também comentou que a situação de Belarus é delicada – o país vive sob uma longa ditadura e as eleições parecem ter sido fraudadas, segundo a comunidade internacional. O Papa pediu “diálogo” para evitar a violência. Para eles, o Papa pediu “proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz”.

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