Papa pede o fim de armas nucleares e reza por vítimas de tragédia no Líbano

Duas mensagens de solidariedade marcaram a oração do Angelus do Papa Francisco, no domingo, 9. A primeira delas, a recordação do aniversário de 75 anos das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. A segunda, uma mensagem para o Líbano, onde uma explosão recente matou mais de 200 pessoas e outras 110 estão desaparecidas.

Caritas presta auxílio às vítimas da tragédia em Beirute, que resulta em mais de 200 mortos // Foto: Caritas Lebanon

“Enquanto recordo com emoção e gratidão a visita que realizei àqueles lugares [Hiroshima e Nagasaki] no ano passado, renovo o convite a rezar e a se empenhar por um mundo totalmente livre de armas nucleares”, disse o Pontífice, após a oração dominical, na Praça São Pedro.

O Japão recordou na quinta-feira, 6, o primeiro ataque nuclear da história. Os Estados Unidos dispararam a bomba atômica contra a cidade de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. Quase 140 mil pessoas foram mortas. Em Nagasaki, outra bomba caiu três dias depois, deixando 74 mil mortos.

Nunca a humanidade havia visto um potencial destrutivo tão grande. Os ataques levaram à rendição do Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial.

TRAGÉDIA NO LÍBANO

Sobre o Líbano, o Papa se referiu à calamidade que ocorreu no dia 4. Uma explosão na região do porto da capital, Beirute, destruiu todos os edifícios nos arredores e foi sentida a centenas de quilômetros de distância, inclusive na ilha de Chipre, deixando mortos, feridos e desabrigados.

Segundo o governo, ela ocorreu por causa do mau armazenamento de 2,75 mil toneladas de nitrato de amônio, substância química usada como fertilizante, mas também explosivo industrial. O primeiro-ministro Hassan Diab demitiu todo o seu ministério e renunciou na segunda-feira, 10, após uma onda de protestos no país.

Essa catástrofe “chama todos, a partir dos libaneses, a colaborar para o bem comum deste amado país”, disse o Papa: “O Líbano tem uma identidade peculiar, fruto do encontro de várias culturas, emersa ao longo do tempo como um modelo de viver juntos.”

Embora essa convivência seja “muito frágil” – uma vez que no Líbano prevalecem muitas divisões sectárias, baseadas em raça, origem e religião – o Papa disse rezar “para que, com a ajuda de Deus e a leal participação de todos, a convivência possa renascer livre e forte”.

Ele convidou a igreja local a se manter próxima do povo e pediu à comunidade internacional que ofereça ajuda humanitária. O Papa enviou uma doação de 250 mil euros (R$ 1,6 milhão) para a Igreja no país.

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