A Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria

Já celebrada desde o séc. XI, esta solenidade se insere no contexto do Advento-Natal, unindo a espera messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Em tal sentido, este período litúrgico deve ser considerado tempo particularmente oportuno para o culto da Mãe do Senhor (cf. São Paulo VI, “Marialis Cultus” 4). Maria é a toda santa, isenta de toda mancha de pecado, pelo Espírito Santo como que plasmada e feita nova criatura (cf. LG 56). Já profeticamente “anunciada” na promessa feita aos progenitores da vitória sobre a serpente, Maria é a Virgem que conceberá e dará à luz um filho cujo nome será Emanuel. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado por Pio IX em 1854.

Nove meses antes do nascimento de Maria (8 de setembro), a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Esta festa foi aprovada pelo Papa Sisto IV, em 1476, e, depois, de modo extensivo para toda a Igreja, por Clemente XI, em 1708.

Reunindo a doutrina secular dos Padres e Doutores da Igreja, dos Concílios e de seus predecessores, Pio IX proclamou, solenemente, em 1854, o Dogma da Imaculada Conceição: “Declaramos, confirmamos e definimos a doutrina, revelada por Deus, que a Bem-aventurada Virgem Maria foi preservada e imune de toda mancha do pecado original, desde o primeiro instante da sua concepção, por graça particular e privilégio de Deus Todo-Poderoso, pelos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano” (Bula Ineffabilis Deus, 1854).

«Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Ave, cheia de graça! O Senhor está contigo”. Ela se perturbou com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria, pois encontraste graça junto a Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço o homem?” E o anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível”. Então Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo se retirou» (Lc 1,26-38).

Um sonho de amor

O texto do Evangelho, que a liturgia nos propõe na segunda leitura para esta festa, é extraído da Carta aos Efésios (1,3ss). Trata-se de um hino de louvor, glória, bênção, para celebrar o “desígnio” de Deus sobre a humanidade: “Bendito sejais Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoastes com toda a bênção espiritual… e nos escolhestes… para sermos santos e irrepreensíveis… e adotados como filhos”. Um sonho e um plano, que encontra em Maria o seu modelo: santa e imaculada.

Um sonho violado e restabelecido

Este sonho foi violado pelo pecado de Adão e Eva, que a liturgia nos apresenta, hoje, na primeira leitura. O sonho de Deus contempla a liberdade do homem e da mulher de dizer “sim ou não”.

No “sim” de Maria, Deus retoma seu sonho original e prepara o “terreno” para que seu Filho Unigênito, Jesus, se faça homem no seio de uma mulher. Um “sim” que vem depois de um momento de hesitação e perplexidade, mas que, no fim, cede por amor, porque não pode responder não ao Amor, ao qual se coloca à disposição. Em Maria, cheia de graça, toda bela, toda pura, toda santa, resplandece a beleza de Deus, que se torna obra-prima do amor de Deus.

Todos são predestinados

Todos nós “somos predestinados”, repletos de todas as bênçãos e escolhidos para sermos santos e imaculados. Logo, a Virgem Maria não deve ser apenas “admirada”, com ternura e estupor, mas “imitada”, para que a beleza de Deus possa brilhar sobre a terra, graças aos muitos “sim”, que homens e mulheres de hoje continuam a dar, sob o exemplo e a intercessão de Maria, a Imaculada Conceição.

Fonte: Vatican News

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