A Igreja celebra Santo Estevão, protomártir

Estêvão é o primeiro dos mártires de Cristo e um dos sete que os Apóstolos escolheram para o serviço da comunidade, porque era “cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6,5). Nele se realiza de modo exemplar a figura do mártir como imitador do Cristo; ele contempla a glória do Ressuscitado, cuja divindade proclama, entrega-lhe seu espírito e perdoa aos que o apedrejam (At 7,55.59-60). Saulo, testemunha do apedrejamento (At 8,1), dele acolherá uma herança espiritual, tornando-se Apóstolo das nações. A sua memória em 26 de dezembro é lembrada num “Breviário” siríaco do fim do séc. IV e no Martirológio Jeronimiano (séc. VI). Dele faz a menção também o Cânon Romano.

Santo Estêvão, Protomártir, enquanto foi o primeiro a derramar seu sangue por Cristo. Eleito, junto com outros 6 diáconos, como colaborador dos Apóstolos, morreu lapidado. A Igreja o festeja no dia 26 de dezembro. Estêvão é padroeiro dos quebra-pedras e pedreiros.  

A dolorida fronte debruçava,
Já mal ferido, o mártir para a terra:
Portas ao céu os olhos seus tornava,
Pedindo a Deus, naquela horrível guerra,
Que aos seus perseguidores perdoasse:
Riso piedoso os olhos lhe descerra.
(Purgatório, XV)

Na Divina Comédia, Dante narra ter assistido a uma cena impressionante: a lapidação de um jovem que, moribundo, invoca o perdão para seus perseguidores. O poeta florentino ficou comovido pela mansidão de Estêvão, que, de fato, emerge com toda a sua força na narração dos Atos dos Apóstolos, onde encontramos este acontecimento. “Senhor, não lhes imputes este pecado”, grita Estêvão, ajoelhando-se um pouco antes de expirar.

O jovem Estêvão, cheio de Espírito Santo, foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos. Supõe-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Mas, com certeza, era muito estimado na Comunidade de Jerusalém, tanto que seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. “Homem cheio de fé e de Espírito Santo”, fazia prodígios e milagres. Porém, alguns da Sinagoga incitaram o povo, os anciãos e os escribas, dizendo tê-lo ouvido pronunciar expressões blasfemas contra Moisés e contra Deus. Era o período do pós-Pentecostal.

Estêvão foi arrastado para diante do Sinédrio, onde falsas testemunhas o acusaram terem ouvido suas afirmações de que Jesus Nazareno teria destruído aquele lugar e alterado os costumes transmitidos por Moisés.

Lapidação e perdão

Estêvão pronunciou o discurso mais longo dos Atos dos Apóstolos, um discurso forte no qual repercorreu a história da salvação. Deus havia preparado a vinda do Justo, mas eles se opuseram ao Espírito Santo, da mesma forma como seus pais perseguiram os profetas. E Estêvão concluiu: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Tais palavras lhe custaram caro. Mas eles gritaram em alta voz e, arremetendo-se contra ele, se puseram a apedrejá-lo. Entre os que aprovaram a sua morte estava Saulo, que, depois se tornou São Paulo, passando de feroz perseguidor dos cristãos a Apóstolo dos gentios. Aos seus pés, depositaram o manto de Estêvão. Enquanto era apedrejado, o jovem pedia a Jesus para acolher o seu espírito e perdoar seus assassinos.

Grande devoção pelo Protomártir

O lugar do martírio de Santo Estêvão, em Jerusalém, situa-se, segundo a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde hoje surge a igreja de Saint-Étienne. No cristianismo, era muito forte a devoção por Santo Estêvão. As notícias sobre as suas relíquias remontam ao ano 400 d.C. A sua vida, sobretudo o seu martírio, repercutiu profundamente na arte. Quase sempre, ele é representado com a palma ou com pedras decorativas.

Fonte: Missal Romano e Vatican News

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