A Igreja faz memória de São Pedro Claver, presbítero

Pedro Claver (Verdu, Espanha, 1580 – Cartagena, Colômbia, 8 de setembro de 1654) formou-se em Letras e Artes na Universidade de Barcelona, entrando, em seguida, na Companhia de Jesus. Respondeu à vocação missionária, graças especialmente a Santo Alonso Rodriguez, porteiro no Colégio em Palma de Maiorca. Foi ordenado sacerdote na missão da Colômbia e lá exerceu o apostolado até a morte, fisicamente debilitado, entre os escravos negros, tornando-se por voto o “escravo dos negros para sempre”.

Sacerdote da Companhia de Jesus, São Pedro Claver é conhecido na história como um dos mais fecundos e generosos missionários da América do Sul. Celebrado pela Igreja em 9 de setembro, trabalhou mais de 40 anos na Colômbia entre os negros escravos, dos quais batizou cerca de 300 mil.  

“O que posso fazer para amar de verdade o Senhor? O que devo fazer para que Ele goste de mim? Ele me inspira a ser todo seu, mas não sei como fazer.” Estas perguntas Pedro Claver, estudante de filosofia em Palma de Maiorca, nas Ilhas Baleares, fazia ao porteiro do convento dos Jesuítas, Alfonso Rodriguez. Este, depois de rezar muito, exortou o jovem a sair e a evangelizar as colônias espanholas no continente americano.

Da Catalunha à Colômbia

Pedro nasceu em Verdú, na Catalunha, em 25 de junho de 1581, e não pertencia a uma família nobre. Fez o noviciado em Tarragona, os estudos filosóficos em Palma de Maiorca e iniciou os teológicos em Barcelona. Ele ainda não havia terminado seus estudos quando foi destinado à missão de Nova Granada, como era chamada a atual Colômbia. O jovem desembarcou em Cartagena, em 1610, e foi ordenado sacerdote, em 1616, naquela missão onde, por 44 anos, trabalhou entre os escravos afro-americanos, em um período de forte tráfico.

A escolha dos últimos

Educado na escola do missionário Alfonso de Sandoval, Pedro tornou-se servo dos negros para sempre “Aethiopum semper servus”; na época, todos os negros eram chamados etíopes. As costas litorâneas, – onde milhares de pessoas eram abandonadas, arrancadas sem nenhum remorso da sua vida familiar e da sua terra, – transformaram-se em campo de apostolado para o jovem Jesuíta.

Todas as vezes que Pedro era avisado sobre a chegada de novos escravos, apinhados nos navios, entrava no mar, com o seu barco, para encontrá-los e levar-lhes comida, ajuda e conforto; despertava em cada um o sentido da própria dignidade humana; levava a fé aos não batizados; encaminhava-os ao conhecimento e à prática das virtudes evangélicas; curava as suas feridas, pedia esmola para comprar-lhes vestidos e matar sua fome; aprendeu a língua dos angolanos e serviu-se de outros 18 intérpretes para instruir os escravos. Pela sua obra incansável, foi acusado de descuidar e profanar os Sacramentos, administrando-os a criaturas que “mal entendiam”.

Morte no abandono e na contemplação

Em 1650, foi acometido pela peste. Sobreviveu, mas, pelo resto da vida, não pode mais trabalhar. Transcorreu os últimos quatro anos da sua existência terrena imobilizado em uma enfermaria do convento. O homem, que foi a alma da cidade, pai dos pobres e consolador de tantas desventuras, foi completamente esquecido por todos, transcorrendo o tempo em oração.

Pedro Claver morreu em 8 de setembro de 1654, na Colômbia. Em 16 de julho de 1850, foi beatificado por Pio IX e, em 15 de janeiro de 1888, canonizado por Leão XIII, junto com Alfonso Rodriguez. Em 7 de julho de 1896, foi proclamado Padroeiro de “Todas as Missões Católicas entre os Negros”.

Fonte: Vatican News

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