
Com o objetivo de fortalecer e animar a caminhada pastoral, centenas de agentes das diversas paróquias e comunidades da Região Belém se reuniram no Centro Pastoral São José, na manhã do sábado, 11, para o “Encontro com as Forças Missionárias da Região”.
O evento, conduzido pelo Padre Vidal Valentín Cantero Zapattini, CSS, Assessor Eclesiástico para a Dimensão Missionária na Região, foi um momento intenso de formação e aprofundamento sobre a identidade evangelizadora da Igreja. O ponto alto do encontro foi a palestra de Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, que falou sobre o tema “Ser Missionário de Esperança”.
O QUE É SER MISSIONÁRIO DA ESPERANÇA?
Dom Cícero iniciou sua reflexão afirmando a natureza intrínseca da Igreja: “A Igreja é missão. Nós, católicos, somos ainda muito tímidos em assumir esta identidade eclesial, porque a Igreja nasceu exatamente em saída”. Ele recordou que os discípulos, cheios de medo, só saíram para anunciar após receberem o sopro do Espírito Santo de Jesus ressuscitado. “Não podemos ter vergonha do nome de Jesus e nem de demonstrar a nossa identidade de católicos”, motivou.
O Bispo explicou que ser missionário não se resume a ir para terras distantes, mas nasce da força do Batismo e é autenticado pelo Crisma. “O missionário não é aquele que vai por conta própria, mas é aquele que é enviado por Jesus Cristo, na força do Espírito”.
Segundo Dom Cícero, o processo para se tornar um missionário autêntico passa por um caminho de cinco etapas: o encontro pessoal e transformador com Cristo; a conversão, que é voltar-se para o Senhor; a comunhão, o desejo de estar com Ele; o discipulado, que é segui-Lo e aprender d’Ele; e, finalmente, a missão, que brota como fruto maduro desse percurso.
Aprofundando o tema, o bispo definiu o que significa ser um “missionário da esperança”. A esperança, explicou, não é uma ideologia ou uma euforia passageira, mas uma virtude, uma atitude. “A nossa esperança é Jesus Cristo. Ela nasce na Páscoa, é filha da Ressurreição”.
Para ser missionário, continuou Dom Cícero, é preciso primeiro lidar com as próprias resistências, assim como o profeta Jonas, que fugiu de seu chamado para ir a Nínive. “Antes de ir à Nínive exterior, nós precisamos ir à nossa Nínive interior. O missionário é aquele que se apaziguou com a sua Nínive interior, para poder ir à casa dos inimigos e assim fazer a vontade de Deus”.
Dom Cícero concluiu, afirmando que o mundo de hoje, ansioso e sem futuro, precisa de anunciadores da esperança. “Ser missionário de esperança é afirmar ao mundo que Jesus Cristo não ilude e não desilude. É ter a certeza de que nada e nem ninguém nos separará do amor de Deus”.
Por Fernando Arthur
Colaboração especial para Região Belém