Manter o funcionamento e o agir pastoral da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção é uma missão que demanda grande empenho dos sacerdotes, religiosos, fiéis leigos e funcionários que vivem o dia a dia da ‘Igreja mãe’ da Arquidiocese de São Paulo.
Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral desde 2015, comenta que cerca de 80% da assembleia de fiéis nas missas é composta por pessoas que chegam visitam o templo pela primeira vez, vindas de diferentes realidades, o que demanda uma atenção especial tanto para acolhê-las bem quanto na transmissão da Palavra de Deus.
“O desafio da comunicação é grande, afinal estamos em uma metrópole, e as metrópoles são sempre pluriculturais, plurirreligiosas. Assim, na medida do possível, sobretudo na pregação, buscamos usar uma linguagem mais acessível e que toque mais diretamente nas situações existenciais que as pessoas vivem, para oferecer-lhes uma experiência de oração e um contato mais próximo com o Evangelho”, explicou o Padre à reportagem.
Zelo com a liturgia e atendimento de confissões
Cônego Helmo César Faccioli, Auxiliar do Cura e cerimoniário oficial da Arquidiocese, destacou ao O SÃO PAULO que na Catedral há um extremo zelo para que a liturgia seja celebrada “digna, devida e divinamente. Isso não para ostentação, mas porque é a vocação da Igreja Catedral primar por uma liturgia bem celebrada”. Ele lembrou, ainda, que este cuidado também decorre do fato de a Catedral ser a Igreja do Arcebispo.
Para que se garanta a excelência na liturgia, são feitas reuniões recorrentes e formações com os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, os leitores e os servidores do altar. Também há especial atenção com a música litúrgica na Catedral da Sé, atualmente sob a responsabilidade do maestro Delphim Rezendo Porto, doutor em Música e diretor da São Paulo Schola Cantorum. Junto à regente Regiane Martinez e o Padre José Henrique Weber, SDV, consagrado compositor litúrgico, ele tem ofertado cursos sobre a música litúrgica.
Muitos fiéis também vão à Catedral em busca do sacramento da Reconciliação, razão pela qual sempre há padres para confissões, de segunda-feira a sábado, entre 9h30 e 11h30 e das 14h30 às 17h, e aos domingos, das 9h às 11h.
Pastorais e movimentos
A Catedral Metropolitana também conta com as Pastorais da Escuta e do Dízimo, o Curso Alpha (de evangelização para pessoas adultas), a Legião de Maria (que se reúne às segundas-feiras) e o Movimento Sacerdotal Mariano (com cenáculos às quintas-feiras pela manhã).
Também são mantidos dois apostolados com mais de 200 anos de existência, conforme explicou Cônego Helmo: a Irmandade do Santíssimo Sacramento, “que tem a finalidade de propagar o culto e a devoção à Eucaristia e que também cuida do cemitério católico do Santíssimo Sacramento”; e a Confraria Nossa Senhora das Dores, “que busca perenizar a devoção às dores de Maria e que em 2024 completa 250 anos de criação”.
Padre Baronto lembrou que boa parte dos leigos engajados nas pastorais da Catedral também participam de outras paróquias da Arquidiocese. “Nós não temos muitas pastorais na Catedral da Sé, porque a nossa realidade é muito mais de acolher e de ouvir as pessoas que chegam e atender confissões”, explicou.
Testemunha do Evangelho
Ao comemorar os 70 anos da Catedral, Padre Baronto disse que seu desejo possivelmente seja o mesmo de seus antecessores: “Acho que o maior e mais importante sonho é que nós sejamos aqui um sinal de testemunho do Evangelho para a cidade. E o fato de estarmos no Marco Zero tem um simbolismo muito grande, pois é partir daqui que falamos para toda a cidade e podemos nos comunicar com os cristãos e até com aqueles que não creem”.
Já o Cônego Helmo destacou que “a arquitetura da Catedral permite uma elevação ao transcendente, independentemente de credo de quem aqui venha; é uma arquitetura desarma todos os preconceitos, é um convite natural à elevação. A Catedral um símbolo da fé do povo de São Paulo”.