A paternidade vivida no Matrimônio é um bem à família e à sociedade

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“Nas famílias cristãs, fundadas no sacramento do Matrimônio, a fé nos vislumbra maravilhosamente o rosto de Cristo, esplendor da verdade, que enche de luz e de alegria os lares que inspiram a sua vida no Evangelho”.

A mensagem de São João Paulo II às famílias de todo o mundo reunidas no estádio do Maracanã em outubro de 1997 sintetiza a natureza da família cristã, alicerçada firmemente no Matrimônio, sacramento ao qual o Papa Bento XVI frequentemente chamava de “um bem autêntico para a sociedade”.

No Mês das Vocações, a Igreja no Brasil recorda a vocação dos pais, no segundo domingo de agosto, e na Semana Nacional da Família, entre os dias 11 e 17, ressalta o protagonismo da família e lembra das ações evangelizadoras que a ela devem ser voltadas.

O CASAL UNIDO A DEUS

O Catecismo da Igreja Católica indica que o Matrimônio “confere aos esposos a graça de se amarem com o amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do sacramento aperfeiçoa assim o amor humano dos esposos, dá firmeza à sua unidade indissolúvel e santifica-os no caminho da vida eterna” (CIC 1661).

“A unidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade são essenciais ao Matrimônio” (CIC 1664) e, auxiliando-se mutuamente, os esposos serão capazes de chegar “à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos” (CIC 1641).

Na exortação apostólica Amoris laetitia, publicada em 2016, o Papa Francisco lembra que no Matrimônio, “dos dois esposos, Deus faz uma só existência. Isto tem consequências muito concretas na vida do dia a dia, porque, em virtude do sacramento, os esposos são investidos numa autêntica missão, para que possam tornar visível, a partir das realidades simples e ordinárias, o amor com que Cristo ama a sua Igreja, continuando a dar a vida por ela” (AL 121).

O BOM PAI DE FAMÍLIA

Homem e mulher, o pai e a mãe, “são cooperadores do amor de Deus criador e como que os seus intérpretes. Mostram aos seus filhos o rosto materno e o rosto paterno do Senhor” (AL 172).

O mesmo documento, em seu parágrafo 175, indica que enquanto a mãe ampara o filho com sua ternura e compaixão, a figura do pai “ajuda a perceber os limites da realidade, caracterizando-se mais pela orientação, pela saída para o mundo mais amplo e rico de desafios, pelo convite a esforçar-se e lutar. Um pai com uma clara e feliz identidade masculina, que por sua vez combine no seu trato com a esposa o carinho e o acolhimento, é tão necessário como os cuidados maternos”.

Na catequese de 4 de abril de 2015, o Papa Francisco falou sobre a figura do pai de família, destacando que este deve:

  • Estar presente na família;
  • Compartilhar alegrias e dores, dificuldades e esperanças com sua esposa;
  • Estar perto dos filhos para o crescimento deles;
  • Ter uma presença não controladora, “porque os pais demasiadamente controladores anulam os filhos e não os deixam crescer”;
  • Saber esperar e perdoar, “do profundo do coração”;
  • Corrigir os filhos com firmeza.

Na carta apostólica Patri Cordes, em 2020, Francisco lembra a cada homem que ser pai “significa introduzir o filho na experiência da vida, na realidade. Não segurá-lo, nem prendê-lo, nem subjugá-lo, mas torná-lo capaz de opções, de liberdade, de partir”. Comenta ainda o Pontífice que “um pai sente que completou a sua ação educativa e viveu plenamente a paternidade, apenas quando se tornou ‘inútil’, quando vê que o filho se torna autônomo e caminha sozinho pelas sendas da vida, quando se coloca na situação de José, que sempre soube que aquele Menino não era seu: fora simplesmente confiado aos seus cuidados”.

Para bem cumprir bem sua missão, o pai católico nunca estará sozinho: “A Igreja, nossa mãe, está comprometida em apoiar com todas as suas forças a presença boa e generosa dos pais nas famílias, porque para as novas gerações eles são guardiões e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, da fé na justiça e da salvaguarda de Deus, como São José”, assegurou o Papa na referida catequese de 2015.

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