Na tarde deste sábado, 15, na Catedral da Sé, o Cardeal Scherer presidiu missa na abertura da semana dedicada à vocação dos religiosos e religiosas
Na vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na tarde deste sábado, 15, na Catedral da Sé, com a participação de religiosos e religiosas, por ocasião da abertura da semana dedicada à vida religiosa consagrada na Igreja do Brasil, que se inicia no terceiro domingo de agosto, o mês das vocações.
A missa teve entre os concelebrantes Dom Jorge Pierozan e Dom José Benedito Cardoso, Bispos Auxiliares da Arquidiocese de São Paulo, e o Padre Rubens Pedro, OMI, Coordenador do Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP).
No início, Dom Odilo comentou que a celebração se inseria no tríduo preparatório da Solenidade de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral da Sé, e também ocorria na intenção dos falecidos e contaminados pela COVID-19 no Brasil, em ação de graças pelos que se recuperaram da doença e, ainda, no contexto do dia de tomada de consciência do Pacto pela Vida e pelo Brasil, firmado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras organizações da sociedade, com vistas a ajudar o povo brasileiro a defender a vida, a valorizá-la e se conscientizar da gravidade do momento atual do País.
Maria: a grande consagrada
Na homilia, o Arcebispo de São Paulo recordou que Nossa Senhora foi a grande consagrada a Deus, pois colaborou plenamente com a obra divina, sendo, por isso, associada a Jesus na glória celeste, ao ser elevada ao céu em corpo e alma: “É essa verdade de fé que lembramos hoje, nesta festa da Assunção. Maria é para nós e para toda a humanidade, um grande sinal de esperança, grande sinal do que Deus prepara para todos que o amam e o acolhem na fé”.
O Arcebispo afirmou que aqueles que se consagram à vida religiosa devem viver como a Virgem Maria, anunciando a esperança fundada no Evangelho e nas promessas de Jesus, e com a meta, assim como todos os cristãos, de chegar onde Maria já está, na plenitude da vida e da redenção.
“Os consagrados, nos diversos carismas da vida religiosa, se consagram para testemunhar aos seus irmãos e ao mundo, a vida nova que vem do Evangelho e que já neste mundo é possível, mesmo que ainda não em plenitude”, disse Dom Odilo.
Sinais de esperança nas situações de crise
O Arcebispo de São Paulo recordou, ainda, que muitas congregações religiosas surgiram como uma resposta da Igreja às urgências próprias de diferentes momentos da história, para anunciar o Evangelho e exercer a caridade cristã junto aos pobres, órfãos, doentes, jovens, nas realidades do mundo da educação, diante dos anseios das famílias, e para cuidar da evangelização e da liturgia, além da vida religiosa contemplativa.
Dom Odilo lembrou que nos momentos de dificuldades, a vida religiosa consagrada foi capaz de se renovar e que no atual também é tempo para mudanças.
“Hoje vivemos diversas crises – na sociedade, na cultura, na moral, na economia, na politica, na saúde e em outras situações que afligem a humanidade. Será que podemos esperar o ressurgir da vida religiosa também neste tempo, segundo a lógica da ação do Espírito Santo? Eu acredito que sim! E acredito mais ainda porque a vida consagrada religiosa é, na Igreja, testemunha da esperança, por meio dos votos da vida consagrada, baseados na esperança do Evangelho, na esperança dos grandes bens da redenção e da vida eterna”, afirmou, exortando os religiosos a ser testemunhas da esperança, baseada na Palavra de Deus e na vida de Jesus Cristo.
Dom Odilo apontou, ainda, que em Maria elevada ao céu já é possível ver realizada a esperança cristã: “Ela enfrentou as dificuldades e crises sem perder o rumo, sem perder a fé, confiando plenamente e se dedicando Àquele a quem ela disse o seu sim e nele perseverou até o fim”.
O Arcebispo também revelou estar feliz em ver o trabalho perseverante das comunidades religiosas e das novas formas de vida consagrada que estão ao lado dos pobres, dos doentes e dos necessitados e, assim, continuam a testemunhar a caridade de Cristo, a misericórdia de Deus e a esperança cristã.
A exemplo dos fundadores
Antes do término da missa, o Padre Rubens manifestou sua solidariedade às congregações que tiveram religiosos mortos em razão da COVID-19, agradeceu a Deus por aqueles que se recuperaram, parabenizou os consagrados que estão exercitando a criatividade para manter as atividades das congregações e desejou que os mais jovens continuem encantados pela vida religiosa.
“Deus está nos dando a oportunidade de experimentar os nossos carismas do jeito que os nossos fundadores experimentaram, pois eles viveram situações de crise, enquanto nós, muitas vezes, pegamos o barco já colocado no porto, mais confortável, que nos permitiu viver de uma maneira simples. Agora, porém, o desafio é maior e, certamente, a renovação da nossa fé vai acontecer”, ressaltou o Coordenador da CRB-SP.
Por fim, Dom Odilo exortou os religiosos a permanecer firmes em seus trabalhos e carisma e pediu que rezem pelas vocações sacerdotais e religiosas consagradas, bem como pelos matrimônios, uma vez que é nas famílias, abertas à transmissão da vida, que podem surgir vocacionados.
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