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‘Abaixe a espada’ é a mensagem para os poderosos do mundo, diz o Papa

Precisamos desarmar nossos corações e nossas palavras, pois só assim chegaremos a uma verdadeira paz entre os povos. Assim refletiu o Papa Leão XIV na Vigília de Oração pela paz, que ele convocou para o sábado, 11. Na Praça São Pedro, durante o Jubileu da Espiritualidade Mariana, ele participou do Terço e presidiu a adoração eucarística (foto). 

“‘Abaixe a espada’ é uma palavra dirigida aos poderosos do mundo, àqueles que guiam o destino dos povos: tenham a audácia de se desarmar!”, disse ele. “E é dirigida, ao mesmo tempo, a cada um de nós, para nos tornar cada vez mais conscientes de que não podemos matar por nenhuma ideia, fé ou política. O primeiro a ser desarmado é o coração, porque se não há paz em nós, não daremos paz.” 

O Deus encarnado em Jesus Cristo resolveu “olhar o mundo de baixo”, e não só do alto, “com os olhos de quem sofre, e não com a ótica dos grandes”. Da mesma forma, Maria, na oração do Magnificat, “volta o seu olhar para os pontos de ruptura da humanidade, nos quais ocorre a distorção do mundo, no contraste entre humildes e poderosos, entre pobres e ricos, entre saciados e famintos”, declarou o Pontífice. “E ela escolhe os pequenos, fica do lado dos últimos da história, para nos ensinar a imaginar, a sonhar junto com ela novos céus e uma nova terra.” 

Tanto na sexta-feira, 10, quanto no domingo, 12, o Papa presidiu a celebração eucarística com peregrinos do atual Jubileu da Esperança. Na sexta-feira, ele esteve com pessoas de vida consagrada e, no domingo, com grupos de espiritualidade mariana. Aos consagrados, afirmou: “Para nós, o Senhor é tudo. Ele é tudo de várias maneiras: como Criador e fonte da existência, como amor que chama e interpela, como força que impulsiona e anima à doação.” 

Pontífice celebra cessar-fogo em Gaza

À conclusão da missa do domingo, 12, o Papa Leão XIV manifestou esperança diante do acordo de paz entre países que apoiam Israel e o grupo Hamas, que há dois anos mantêm um estado de guerra na Faixa de Gaza, em território palestino. 

“Nos últimos dias, o acordo sobre o início do processo de paz trouxe uma centelha de esperança à Terra Santa. Encorajo as partes envolvidas a prosseguirem com coragem o caminho traçado, rumo a uma paz justa, duradoura e respeitosa das legítimas aspirações do povo israelense e do povo palestino”, disse. 

“Dois anos de conflito deixaram morte e destruição por toda parte, especialmente no coração daqueles que perderam brutalmente seus filhos, pais, amigos, tudo. Com toda a Igreja, estou próximo de sua imensa dor”, continuou. “Hoje, especialmente a vocês, é dirigida a carícia do Senhor, a certeza de que, mesmo na escuridão mais profunda, Ele permanece sempre conosco.” 

Leão XIV rezou por uma paz duradoura e pela “cura de todas as feridas”, para que a humanidade possa realizar o que parece impossível: “redescobrir que o outro não é um inimigo, mas um irmão a olhar, perdoar e oferecer a esperança da reconciliação”. Ele lamentou, ainda, que a guerra na Ucrânia continue causando mortes e renovou seu apelo para que também ali se chegue a um diálogo e, enfim, à paz. 

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