É o que destacou Dom Carlos Lema Garcia na missa por ocasião do Dia dos Professores, celebrada na Catedral da Sé

Na tarde da segunda-feira, 13, professores, estudantes e demais profissionais da área da Educação participaram na Catedral da Sé da missa em ação de graças pelo Dia dos Professores, comemorado em 15 de outubro.
A celebração, inserida no contexto do Ano Santo, foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, e concelebrada por padres que atuam no campo da Educação.

‘A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA’
Na homilia, Dom Carlos ressaltou que a esperança, tema central deste Jubileu, é uma luz para a vocação dos educadores.
Ao recordar as palavras do Papa Francisco na bula Spes non confundit, com a qual proclamou o Ano Jubilar, Dom Carlos explicou que as esperanças humanas até podem falhar, mas a esperança teologal, firmada em Deus, jamais decepcionará: “Nós podemos confiar em Deus plenamente, porque Deus é onipotente, e tudo o que Ele nos oferece para esperar, Ele cumpre, porque Deus não falha”.
Entretanto, o Bispo alertou que a esperança cristã não é uma atitude passiva. Utilizando uma analogia, comparou-a não à espera de quem está parado em um ponto de ônibus, mas à fé ativa daquele que precisa fazer sua parte: “Nós esperamos, por isso a esperança é uma virtude do caminhante, do peregrino”.

A DOR QUE REVELA O AMOR
Dom Carlos também meditou sobre o papel do sofrimento na vida cristã, esclarecendo que ter esperança não significa estar imune à dor. Pelo contrário, a dor pode ter um sentido pedagógico e revelador. Assim como a dor física alerta o médico sobre uma enfermidade, “a dor moral também é uma luz para a pessoa se conhecer, para fazer um exame de consciência e descobrir onde precisa corrigir-se para voltar a se sentir alegre”.
De forma ainda mais profunda, o Prelado ressaltou que “a dor revela os nossos grandes amores”.
A disposição para sofrer por alguém é a medida do verdadeiro amor. “A pessoa que não está disposta a sofrer por nada, nem por ninguém, ainda não aprendeu a alegria de amar”, pontuou.

A DIDÁTICA DE JESUS: FAZER E ENSINAR
Dirigindo-se diretamente aos professores, Dom Carlos conectou a missão do educador à do profeta Isaías, lida por Jesus na sinagoga de Nazaré. “Não é isso que fazem os bons professores? São ungidos por Deus para curar os corações feridos dos seus alunos e para anunciar a liberdade àqueles que estão presos”
Ao refletir sobre qual seria a didática de Jesus, o Mestre por excelência, Dom Carlos recordou que “o Evangelho diz que Jesus começou a fazer e a ensinar. Ou seja, Ele primeiro faz, Ele primeiro atua e, depois, ensina”. Essa coerência entre vida e palavra – explicou o Bispo – é o que dá peso e poder de atração ao ensinamento, sendo um modelo para todo educador.

“O professor não pode se contentar em entrar na sala de aula e dar o conteúdo. Não, ele é um mestre, ele é um modelo. Ele tem que entusiasmar os seus alunos por aquilo que ele ensina”, afirmou, lembrando que o bom professor é aquele que, apaixonado por seu conhecimento, “arrasta os alunos atrás dele”.
A missa foi concluída com uma oração de Dom Carlos, pedindo as bênçãos de Deus e a proteção de Maria Santíssima sobre todos os professores, funcionários, alunos e famílias que compõem o universo da educação na cidade de São Paulo.