‘Peço que vocês continuem a rezar por mim para que, nos momentos difíceis que atravessamos, mantenhamos firmes o passo, sem desanimar, na esperança que não desilude’, pediu o Arcebispo Metropolitano, em missa na Catedral da Sé
POR DANIEL GOMES
E FERNANDO GERONAZZO
Arquivo/O SÃO PAULO
Na sexta-feira, 2, foram comemorados os 22 anos da ordenação episcopal do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.
Gaúcho de Cerro Largo (RS), o filho de Edwino Scherer e Francisca Wilma Steffens Scherer nasceu em 21 de setembro de 1949. Ele cresceu em Toledo (PR), onde foi ordenado sacerdote em 7 de dezembro de 1976. Nessa Diocese, exerceu diversas funções pastorais.
Quando foi nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo por São João Paulo II, em 28 de novembro de 2001, Dom Odilo era oficial da Congregação para os Bispos, no Vaticano, e colaborava em duas paróquias de Roma.
Ele recebeu a ordenação episcopal na Catedral de Toledo, em 2 de fevereiro de 2002, tendo como ordenante principal o então Arcebispo de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, e como coordenantes Dom Armando Círio, Arcebispo Emérito de Cascavel (PR) à época, e Dom Anuar Battisti, então Bispo de Toledo e atual Arcebispo Emérito de Maringá (PR). O lema episcopal escolhido por Dom Odilo foi In meam commemorationem (“Em memória de mim”).
NA ARQUIDIOCESE
Como Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Dom Odilo foi designado Vigário Episcopal para a Região Santana, função que exerceu até 2005. Entre 2003 e 2007, também foi Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em 20 de março de 2007, com a nomeação de Dom Cláudio Hummes como Prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano, o Papa Bento XVI nomeou Dom Odilo como sétimo arcebispo de São Paulo. Sua posse foi em 29 de abril do mesmo ano.
Em 2008, Dom Odilo animou os fiéis em São Paulo a participar das comemorações do centenário da Arquidiocese. Entre 2008 e 2009, estimulou a vivência, em âmbito arquidiocesano, do Ano Paulino, e, depois, do Ano Sacerdotal (2009-2010).
Em 2010, o Arcebispo convocou o laicato a um amplo processo de reflexão sobre sua atuação na Igreja e na sociedade, com a realização do 1º Congresso Arquidiocesano de Leigos. Naquele mesmo ano, houve a reestruturação do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação (Vicom). O Cardeal Scherer também foi responsável por uma reestruturação interna da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, que começou em 2010, com a criação de seis núcleos regionais.
Os dois anos seguintes foram de especial motivação aos jovens para que se preparassem para a Jornada Mundial da Juventude, que aconteceria no Rio de Janeiro em julho de 2013. Em setembro de 2011, a Arquidiocese de São Paulo realizou o evento Bote Fé, recebendo a cruz e ícone da JMJ que depois peregrinariam por diferentes parte do Brasil. E dias antes da Jornada, 10 mil peregrinos foram acolhidos em São Paulo na Semana Missionária, popularmente chamada de pré-JMJ.
Em 2014, Dom Odilo criou o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade; e erigiu a Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, criada a partir da elevação a essa condição do Instituto de Direito Canônico Padre Dr. Giuseppe Benito Pegoraro.
Naquele mesmo ano, a Arquidiocese festejou a canonização do Padre José de Anchieta e a beatificação da Madre Assunta Marchetti, em cerimônia na Catedral da Sé. Ambos viveram e testemunharam a fé em São Paulo.
Em 2015 e 2016, Dom Odilo motivou toda a Arquidiocese à participação do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, com destaque para as peregrinações de pastorais, movimentos e grupos de paróquias às portas santas instaladas em seis igrejas da Arquidiocese, uma em cada região episcopal.
SÍNODO
A partir de 2017, o Cardeal mobilizou todo o clero, os religiosos e os leigos à participação nos trabalhos do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo. Inicialmente, ocorreu a etapa paroquial, em 2018, incluindo uma pesquisa de campo sobre a realidade pastoral e evangelizadora da Igreja em São Paulo. No ano seguinte, foi a vez da etapa nas regiões episcopais e vicariatos ambientais.
A fase arquidiocesana do sínodo aconteceria em 2020, mas os trabalhos foram suspensos em razão da pandemia de COVID-19. Ainda que com as limitações para as celebrações presenciais, a Igreja em São Paulo, animada por seu Arcebispo, mostrou toda a sua vitalidade, fosse nas ações caritativas que se espalharam por muitas paróquias, fosse pelas inovações nas metodologias pastorais, incluindo o maior uso das ferramentas virtuais de comunicação para reuniões e a transmissão das celebrações.
Em 2022, os trabalhos do 1º sínodo foram gradualmente retomados, e, finalmente, ocorreu a fase arquidiocesana, com a realização de sete assembleias para maior ciência sobre a realidade da Igreja na cidade e o planejamento das propostas sinodais, em “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, conforme o tema do sínodo.
CARTAS PASTORAIS
Com a publicação, em março de 2023, da Carta Pastoral do Arcebispo e das Propostas Sinodais, teve início a etapa pós-sinodal, que prossegue pelos próximos anos, incluindo a reformulação da organização pastoral e administrativa da Arquidiocese, em curso atualmente.
Além dessa carta pastoral, Dom Odilo escreveu outras cinco. Na primeira, publicada em 2011, dedicou sua atenção às paróquias, propondo uma renovação pastoral para que essas correspondessem cada vez mais à sua missão.
Na segunda carta, em 2012, por ocasião do Ano da Fé, Dom Odilo motivou toda a Arquidiocese a renovar o conhecimento e apreço pela fé que a Igreja recebeu dos apóstolos e é chamada a transmitir.
Em 2016, motivado pelo Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Arcebispo sublinhou que a misericórdia não é algo opcional ou secundário para os cristãos, mas uma firme recomendação de Jesus.
Já em 2017, por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, Dom Odilo recordou o papel da Virgem Maria na vida da Igreja e a estreita relação da padroeira do Brasil com a Arquidiocese de São Paulo, cujo território abrangia a região onde hoje está a cidade de Aparecida (SP).
Na sua quinta carta pastoral, publicada em 2019, durante o sínodo arquidiocesano, o Cardeal Scherer propôs a revisão do caminho já realizado durante o sínodo e apontou os passos que deveriam ser dados no caminho sinodal.
GRATIDÃO
Na missa presidida na Catedral da Sé na sexta-feira, 2, Dom Odilo agradeceu as felicitações pelo aniversário de sua ordenação e pediu orações por seu ministério.
“Eu agradeço a Deus pelo dom, pelo chamado. É uma grande missão que só com a graça de Deus conseguimos realizar. Por isso, peço que vocês continuem a rezar por mim para que, nos momentos difíceis que atravessamos, mantenhamos firmes o passo, sem desanimar, na esperança que não desilude”, manifestou.
