Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) anunciou paralisação a partir das 0h. Justiça determina o funcionamento de 85% da frota nos horários de pico
Em assembleia realizada na tarde da segunda-feira, 19, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) anunciou que os trabalhadores serão orientados a paralisar atividades por 24 horas a partir das 0h da terça-feira, 20.
A motivação da greve é o fato desses trabalhadores não terem sido incluídos entre aqueles prioritários para receber a vacina contra a COVID-19.
Na assembleia, o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, ressaltou que a vacinação dos profissionais é urgente, uma vez que estão recorrentemente exposto ao coronavírus nos transportes públicos: “Não há nenhuma fiscalização sobre as condições dos veículos que trafegam superlotados diariamente”.
Até o começo de abril, o Sindicato contabilizava 1.373 casos de COVID-19 entre os trabalhadores do setor, com 131 mortes.
O Sindmotoristas programou uma manifestação com concentração de veículos na Avenida Paulista, em frente ao Masp, às 8h da terça-feira, seguida de carreata até a sede da Prefeitura de São Paulo.
O sindicato também afirma ter recebido nesta segunda-feira muitas fotos de ônibus e microônibus lotado, no primeiro dia útil da fase de transição do Plano São Paulo. “Como podem proibir aglomerações e permitirem veículos superlotados?”, lamentou Noventa em postagem no site do Sindmotoristas.
Justiça determina frota mínima de 85% em horários de pico
Após o anúncio do sindicato, a Prefeitura de São Paulo ingressou na Justiça do Trabalho e obteve liminar favorável para que o transporte público municipal funcione com 85% da frota nos horários de pico – das 6h às 9h e das 16h às 19h – e com 70% da frota nos demais horários. A decisão é da juíza Renata de Paula Eduardo Beneti.
Em caso descumprimento, o Sindmotoristas será multado em R$ 200 mil.
No começo da noite, sindicalistas e governo paulista iniciaram uma reunião na tentativa de chegar a um acordo para que a greve não aconteça.
Vacinação garantida a funcionários do Metrô e da CPTM
Até o início de abril, entre os trabalhadores do Metrô já eram 1.500 infectados com o coronavírus, com 22 mortes; e entre os da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o acumulado é de ao menos 50 mortes em decorrência da COVID-19.
Por essa razão, metroviários e ferroviários também planejavam greves para os próximos dias, mas o movimento arrefeceu após o Governo de São Paulo anunciar que ambas as categorias passarão a ser vacinadas em 11 de maio.
Segundo a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, serão vacinados contra a COVID-19 9,5 mil trabalhadores do transporte sob trilhos e que estão em contato direto com os usuários.
A vacinação começará pelos os operadores de trens, independentemente da idade. Serão também incluídos os funcionários do setor de operações com idade superior a 47 anos e os funcionários da área de manutenção, seguranças e trabalhadores da limpeza e da bilheteria com idade superior a 47 anos.
Fontes: Agência Brasil, Folha de S. Paulo e Sindimotoristas